Vários Sindicatos estão em
todos os cantos do País, realizando processos de desfiliação de uma das maiores
Centrais Sindicais, a CUT- Central Única dos Trabalhadores-. Em Limeira o maior
Sindicato da cidade o dos Metalúrgicos iniciou um ciclo de debates em sua base
com a franca intenção de se desligar da Central, da qual é ligado oficialmente
desde 1987.
Os argumentos dos pró
desfiliação, é basicamente de que a CUT abandonou seus princípios como a
Independência de Classe, a Luta pelo Socialismo, a pluralidade de concepções, o
respeito ao pensar diferente. Dizem mais os partidários da saída, que a
capitulação a um Sindicalismo de negociação e que abandona os caminhos da
organização e da luta, já dava sinais no inicio dos anos 90, quando um processo
de expurgos internos, de alianças patronais e de abandono de bandeiras
consideradas como estratégicas, na luta de classes estavam impregnadas na
maioria dirigente da Central.
Desde aqueles anos quando
militava no Movimento Sindical, tinha claro que a CUT já não representava aquele
instrumento sindical que ajudamos a construir. Os anos de ditadura foram
terríveis para os trabalhadores. Primeiro as intervenções e prisões de
lideranças sindicais, com a colocação de sindicalismo atrelado aos patrões, o
famigerado Peleguismo. Terceiro a perda constante do poder aquisitivo e varias
recessões econômicas, que aumentaram a miséria no País.
A CUT foi gestada ainda no
clima da repressão. Foi a partir das lutas contra a Ditadura que foi concebida
a necessidade de se criar uma ferramenta capaz de unir os trabalhadores do
campo e da cidade, independente credos, sexo, opção partidária. Que geraria
através da liberdade de organização, romper com a estrutura fascista de Vargas,
que engessava os Sindicatos e desunia as classes trabalhadoras. E mais nascia
sob o signo de transformar a sociedade, em um regime sem explorados e sem
exploradores.
Desde os CONCLATS- Congresso
Nacional das Classes Trabalhadores-, iniciado no auge das greves do final dos
anos 70, era muito forte esta tendência de fundação da Central, organismo de
unificação da Classe e de construção de um Novo Sindicalismo. A CUT foi criada
em 1983, em São Bernardo do Campo. Mais de 3mil delegados afirmaram estes
princípios e objetivos. Se acercaram de que podiam ser a novidade no aspecto
sindical. A novidade inclusive ao Sindicalismo Tradicional da Europa e dos
Estados Unidos, atrelados o primeiro á Partidos Políticos, o segundo a máfias
empresariais e do submundo.
Mas perdeu a CUT sua
identidade. O Governo Lula veio e a Central já combalida pela sua
descaracterização política, se transforma na correia de transmissão
governamental e de um único Partido o PT.
Vejo que o Sindicato dos
Metalúrgicos estão no caminho certo. No entanto, não se pode cair na armadilha
do gueto, ou da Partidarização que se transformaram Sindicatos e Centrais.
Conheço o Sindicato de Limeira, e sei que alguns dirigentes estão refletindo
exatamente no sentido inicial da CUT. Construir uma alternativa autônoma e de
independência de Classe.