O Brasil vive uma de suas
maiores crises políticas de sua História. O afastamento da Presidenta Dilma
Roussef, para que a mesma seja processada pelo Senado Federal, não é qualquer
fato, ou episódio, que não infrinja diretamente no cotidiano dos Brasileiros.
Desde o final do segundo turno das eleições Presidenciais de 2014, o País
respira os meandros do mundo político. Nunca se discutiu tanta política como
nestes tempos.
Os Brasileiros diariamente
atentos em todas as mídias, vem buscando de qualquer forma participar deste
momento. Podemos questionar os métodos e o conteúdo dos discursos e
manifestações. Mas não se pode negar, que o nível do querer participar foi um
dos mais altos desde o processo de redemocratização iniciado em 1985, com o
final da ditadura militar.
Hoje todo mundo se acha no
direito de opinar sobre tudo. Se Dilma é honesta ou não, se o PT roubou ou não,
ou se o impeachment é golpe ou não. O grau de envolvimento contagiou a
sociedade, a fez acompanhar passo a passo dos acontecimentos e a levou para as
ruas.
Há muito tempo o País não ia
tanto as ruas, como foi agora. Mesmo as manifestações de 2013, não tiveram
tanta audiência e influência como agora. Não se pode negar que o povo não tenha
participado deste momento. O País se dividiu e se coloriu dos dois lados da
disputa. Os pró fora Dilma, com camisas amarelas da maior instituição corrupta
da America Latina a CBF e do outro o vermelho das camisetas de organizações
sociais como CUT, MST, Sem Teto e Partidos como PT e PCdoB.
Até as cores das vestimentas
dos manifestantes foram questionadas, debatidas, xingadas e achincalhadas. Não
houve limites para o uso das palavras, das gesticulações e dos embates. Não
havia o uso da razão. A emoção tomou conta das pessoas. Elas pouco
raciocinavam, mesmo os mais intelectualizados, caíram no esquema e uma disputa
tipo Fla X Flu.
Este clima de bate boca,
típico dos programas sensacionalistas das TVS e Rádios. Um bate boca, sem
conteúdo teórico, programático. Beirava-se ao ridículo e a estupidez. O debate
político com sensatez dá lugar, ao delírio muito próximo de Terra em Transe de
Glauber Rocha ou Macunaíma de Mario de Andrade.
Uma massa delirante que movida
por denuncias ou ouvi falar, ou pelas redes de televisão e internet, propagavam
pelas ventas e por todos os poros do cor, ódio de classe, de raça, de credo, de
sexo. Uma massa delirante, que aplaude torturadores e pede a volta da ditadura.
O Eldorado de Glauber
inundou as ruas e as telas. Um Eldorado entregue aos delírios de anti heróis
como Macunaíma, falsos lideres, que delirantes não se incomodavam com uma
piscina de homens e mulheres mortos como na obra de Andradeiana.
Vivemos até agora de delírio
em delírio, pesadelos para alguns sonhos para outros, onde o que menos importa
é o futuro.
O Brasil embora voltou a
discutir política, ainda a faz com delírios delirantes, como dizia o poeta.
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