quarta-feira, 18 de maio de 2016

BRASIL: O PAÍS DO DELIRIO ?

O Brasil vive uma de suas maiores crises políticas de sua História. O afastamento da Presidenta Dilma Roussef, para que a mesma seja processada pelo Senado Federal, não é qualquer fato, ou episódio, que não infrinja diretamente no cotidiano dos Brasileiros. Desde o final do segundo turno das eleições Presidenciais de 2014, o País respira os meandros do mundo político. Nunca se discutiu tanta política como nestes tempos.

Os Brasileiros diariamente atentos em todas as mídias, vem buscando de qualquer forma participar deste momento. Podemos questionar os métodos e o conteúdo dos discursos e manifestações. Mas não se pode negar, que o nível do querer participar foi um dos mais altos desde o processo de redemocratização iniciado em 1985, com o final da ditadura militar.

Hoje todo mundo se acha no direito de opinar sobre tudo. Se Dilma é honesta ou não, se o PT roubou ou não, ou se o impeachment é golpe ou não. O grau de envolvimento contagiou a sociedade, a fez acompanhar passo a passo dos acontecimentos e a levou para as ruas.
Há muito tempo o País não ia tanto as ruas, como foi agora. Mesmo as manifestações de 2013, não tiveram tanta audiência e influência como agora. Não se pode negar que o povo não tenha participado deste momento. O País se dividiu e se coloriu dos dois lados da disputa. Os pró fora Dilma, com camisas amarelas da maior instituição corrupta da America Latina a CBF e do outro o vermelho das camisetas de organizações sociais como CUT, MST, Sem Teto e Partidos como PT e PCdoB.

Até as cores das vestimentas dos manifestantes foram questionadas, debatidas, xingadas e achincalhadas. Não houve limites para o uso das palavras, das gesticulações e dos embates. Não havia o uso da razão. A emoção tomou conta das pessoas. Elas pouco raciocinavam, mesmo os mais intelectualizados, caíram no esquema e uma disputa tipo Fla X Flu.

Este clima de bate boca, típico dos programas sensacionalistas das TVS e Rádios. Um bate boca, sem conteúdo teórico, programático. Beirava-se ao ridículo e a estupidez. O debate político com sensatez dá lugar, ao delírio muito próximo de Terra em Transe de Glauber Rocha ou Macunaíma de Mario de Andrade.

Uma massa delirante que movida por denuncias ou ouvi falar, ou pelas redes de televisão e internet, propagavam pelas ventas e por todos os poros do cor, ódio de classe, de raça, de credo, de sexo. Uma massa delirante, que aplaude torturadores e pede a volta da ditadura.

O Eldorado de Glauber inundou as ruas e as telas. Um Eldorado entregue aos delírios de anti heróis como Macunaíma, falsos lideres, que delirantes não se incomodavam com uma piscina de homens e mulheres mortos como na obra de Andradeiana.

Vivemos até agora de delírio em delírio, pesadelos para alguns sonhos para outros, onde o que menos importa é o futuro.

O Brasil embora voltou a discutir política, ainda a faz com delírios delirantes, como dizia o poeta.

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