As sociedades do pós
modernismo e da era da informação, vivem em dois mundos cotidianamente. O
acesso a informação é total e irrestrito, basta com um click entrar no mundo
digital, virtual e no tempo real. Ao mesmo tempo o velho mundo aquele dos
tabus, da família nuclear, da Casa Grande & Senzala, ainda é presente. O
livre arbítrio, na Internet, é irrestrito. Depende das pessoas, se querem ou
não aprofundar na informação, sair da Senzala e adentrar na casa do senhorio,
tirar dele o monopólio do conhecimento.
O mundo está a menos de
centímetros de todos nós. Não há como acreditar na primeira versão de um fato.
Aliás o mundo virtual, não se resume a uma ou duas versões. Costuma
disponibilizar dezenas de olhares sobre o mesmo assunto. Aqueles segredos
guardados no escritório do Sinhozinho, hoje estão escancarados na tela do
computador. Não há mais censuras e proibições, basta querer que a informação
pode se transformar em poder.
Os mercadores de escravos no
século XVI, não sabiam o que encontrariam ao adentrar a África. Nada conheciam,
só sabiam que estavam em busca de riquezas, terras para seus reinos. Ao chegar
naqueles lugares, de matas fechadas e florestas, não viam nada de valor, que
não fosse seres de pele escura, jamais vista pelos Homens das Cruzes de Cristo.
Brancos feito leites, depararam com criaturas, fisicamente fortes e muitos
chamados de Reis. Não poderia ter nobres, esta era a prerrogativa que Deus
teria deixado ao Homem Branco, da Europa Católica. Não eram seres humanos, não
tinham alma, pois cultuavam Deuses pagãos.
Mas serviam para mão de
obra, nas lavouras dos novos mundos “descobertos” e também para as metrópoles
como serviçais domésticos. E claro um grande mercado, para se ganhar dinheiro.
E a escravidão começou e com ela o choque de culturas, de Histórias. Neste
confronto, é que surge a Capoeira.
Durante décadas os
Brasileiros conviveram com o ostracismo de quase nada saber desta Arte Africana
e até hoje ignoram as versões do mundo virtual em tempo real.
Ainda é possível ter gente
que acredita que a capoeira é uma dança, tipo tango ou samba. A ignorância
quanto o significado da Capoeira, ainda é maior, quando comparada com
categorias de Artes Marciais, como Judô, Karatê e outras.
Capoeira é muito maior que
estas definições.
Angola é a matriz desta arte
Africana. Povos do sul daquele País costumavam comemorar a iniciação de Jovens
na vida adulta, com uma cerimônia chamada N’golo. Neste ritual havia uma luta,
embalada por som de Atabaques. Vencia o oponente que conseguia encostar o pé na
cabeça de seu adversário. Os dois lutadores gingavam e dançavam ao ritmo dos
tambores.
No Brasil da escravidão, do
medo e da morte, os Negros aprenderam a se defender nas matas e nos Quilombos.
Aliás estes eram onde eles aprimoravam a técnica. A Capoeira foi por isto após
a libertação proibida no Brasil, com seus praticantes presos e perseguidos.
Mas a luta dos Movimentos
Negros a recolocou em seu lugar, mesmo com as pessoas ainda resistindo a
conhece-la no livre arbítrio da Internet.