A visita do Papa Francisco,
ao Brasil em função da Jornada Mundial da Juventude, vem criando comparações
pela mídia, bem como pelos fazedores de opinião, com o santo o qual emprestou o
nome para seu pontificado. A humildade é um dos valores resgatados pelo Papa
Argentino, algo que seus antecessores não demonstravam muito. São as ações de
negar pompas e glamour, que vem fazendo a diferença deste chefe da Igreja em
relação aos demais. A mídia, em especial a Rede Globo, tem dado destaque as
atitudes espirituais e comportamentais do Papa, procuram não dar destaque, aos
discursos que vão além do despojamento do poder e da simpatia contagiante de
Francisco.
Mas algumas comparações com
o Santo de Assis, feitas com maior intensidade na rede de computadores, apontam
para um pontificado de senão opção pelos pobres. O discurso de que os cristão
devem combater a pobreza, com engajamento politico, é sem dúvida a novidade
papal. Se os antecessores, limitavam as questões dogmáticas e proibitivas da
hierarquia Católica, o Papa Francisco, denota apoio as manifestações populares
por condições de vida. E mais, se reporta á uma juventude que neste século, se
fecha a alienação ou ao crime organizado.
Perfeitamente antenado e conectado,
com o que acontece no Planeta e em especial na América Latina, o Papa foi além do
esperado. Deu sinais de recuperação dos Teólogos da Libertação perseguidos e
banidos da Igreja, pela cúria Romana. O simples fato de que irá ler o livro “Igreja,
Carisma e poder”, de Leonardo Boff, um dos Banidos, não me pareceu protocolo, e
sim interesse real. Alias é esta obra causadora, da proibição á Boff, de falar
ou escrever qualquer coisa, pelo então chefe da Cúria, o renunciante Papa Bento
XVI, Ratzinger.
Vejo que é possível o reengajamento de mais de 200 religiosos e leigos, da
Teologia da Libertação que tiveram suas bocas caladas, pela politica
conservadora do Vaticano nos últimos trinta anos.
São Francisco de Assis, influenciou gerações dentro
da igreja. Não apenas por sua recusa a riqueza e opulência de príncipes e
senhores feudais da idade média. Mas por sua capacidade de questionar a
estrutura de exclusão, que gerava a miséria e a pobreza. Francisco, o Santo,
teve a coragem de enfrentar a própria Igreja, desafiar o Papado da época,
quando ao decidir viver na pobreza, constrangia a opulência e conforto em que
viviam os habitantes do Vaticano. A pobreza de Francisco de Assis, não era
apenas material, até porque o mesmo pregava a solidariedade, entre os pobres. Mas
principalmente no espirito. Ser pobre é ser humilde, distribuir fraternidade,
estar despojado de interesses, aceitar o outro como ele o é, viver em
comunidade e repartir o que se tem. A Teologia da Libertação é uma destas
correntes que tem Francisco, como sua fonte de caminhada.
O Papa Francisco, por sua vez, apesar dos sinais de
virada de mesa em seu pontífice, no que diz respeito a prioridade, ainda não mostrou
se enfrentará problemas graves deste século em sua Igreja. A Cúria Romana, com
sua centralização, com sua política de manter dogmas, entre eles o celibato, a
questão do Homossexualismo, os anti concepcionais, é um destes desafios, que
até o momento não sei se o novo Papa tem disposição, para enfrentar. Além
disto, a Igreja esta envolta com denuncias de corrupção e escândalos como a
pedofilia.
Os cristãos, entre os Católicos necessitam de
lideres que não enveredam pelo mundo espiritual e transcendental. É a religião
que os pobres recorrem, quando sentem a mão pesada da exclusão. Rezar como
pediu o Papa Francisco é necessário, pois nos da força para enfrentar os males
do dia. Mas não é apenas o único caminho. A importância do engajamento político
dos Cristãos, é fundamental. É na política que se decide os destinos de um
povo.
Estou esperançoso com este novo Papado.