domingo, 7 de julho de 2013

AS REDES SOCIAIS- I


As redes sociais virtuais, são na pratica, o que se fazia de corpo e alma, nas ruas através de centros de convivência, grupos políticos, religiosos ou só de amigos. Transfere-se para a tela de um computador as relações sociais, culturais, politicas, familiares e outras. Mas com diversas diferenças. A primeira delas, não há segurança privada. Nas relações da sociedade, temos um tempo para fazer escolhas quanto as nossas relações e uma vez feitas, não se entra sem ser convidado. Nas relações virtual, nos comunicamos com quem nunca vimos ou tocamos, ou somos abordados a toda hora por comportamentos que não conseguimos evitar.

Embora, navegar em uma página, clicar um link, faz parte de nossas vontades, consiste em escolhas, o universo virtual, é um mistério quanto a capacidade em tempo real de termos acesso ao possível e ao impossível. Nas relações então, basta um olá, e falamos com Tóquio, Pequim, Miami e Londres ao mesmo tempo. Podemos bloquear um usuário indesejável ou mesmo um conteúdo, mas a capacidade de entrarmos em mundo com facilidades de comunicação e conhecimento, não nos prende a cuidados com segurança, tidos em uma relação ao vivo e a cores.

A Anarquia da Internet é algo, fantástico. Pode-se pensar que esta ferramenta nasceu para facilitar a vida de alguns poucos e até para mais tarde estes poucos ficarem milionários com ela, mas o que não se previa era o caráter mais do que democrático das redes sociais. Outro dia observamos, centenas de post sobre uma receita de torta de morango, daquelas de dar não só agua na boca, mas de usar os serviços on line e comprar uma unidade dela. Hoje, presenciamos milhares de comentários sobre a derrota infantil do lutador de MMA, Anderson Silva, para um Americano teoricamente mais fraco. E choveu de indignações, quanto ao comportamento do Brasileiro e até as teses de que a luta foi vendida, uma farsa. Fala-se de tudo nas redes, usa-se para muitas coisas, entre elas namorar, publicidade, política, emprego e recentemente mobilizações sociais e políticas.

O caráter Anarquista da rede, não democrático, pois mesmo na democracia, há limites, possibilita que a liberdade seja expressa sem limites. Esta sim é uma questão á qual devamos considerar positiva. Vivemos 21 anos de ditadura militar, fomos educados a represar desejos, anseios e ambições. Um grito parado na garganta de minha geração, se tivéssemos as redes, quem sabe se a grande noite (o golpe 64), não duraria tanto tempo?. 

Não há porque não se expressar, tirar mascaras e dizer o que pensa. As redes sociais te proporcionam isto. Mas duas questões pesam de forma contraditória ao considerado positivo. Trata-se de na vida real, aquela do olho no olho, as pessoas se esconderem e liberar suas faces apenas virtualmente. A segunda de que não há regras é o vale tudo e aí em uma sociedade democrática a choque.

Mas então vamos criar marcos regulatórios, censura, ou até limites?. Claro que não. O espaço virtual, é uma conquista da sociedade, pós segunda guerra. A necessidade de comunicar-se rapidamente, para evitar isolamentos e desconhecimentos, é sem dúvida, uma grande vitória da chamada pós modernidade. O que se precisa construir  não é uma relação de unanimidade, mas de convergência na divergência. Respeitar legislações existentes e não criar outras que venham atravancar o caráter livre das redes sociais. Os Direitos Humanos e de Privacidade, talvez sejam os mais atacados. Aí se faz necessário, buscar a educação virtual, a utilização das ferramentas para uma cultura da Paz e das relações harmoniosas.


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