As redes sociais virtuais, são
na pratica, o que se fazia de corpo e alma, nas ruas através de centros de
convivência, grupos políticos, religiosos ou só de amigos. Transfere-se para a
tela de um computador as relações sociais, culturais, politicas, familiares e
outras. Mas com diversas diferenças. A primeira delas, não há segurança
privada. Nas relações da sociedade, temos um tempo para fazer escolhas quanto
as nossas relações e uma vez feitas, não se entra sem ser convidado. Nas relações
virtual, nos comunicamos com quem nunca vimos ou tocamos, ou somos abordados a
toda hora por comportamentos que não conseguimos evitar.
Embora, navegar em uma
página, clicar um link, faz parte de nossas vontades, consiste em escolhas, o
universo virtual, é um mistério quanto a capacidade em tempo real de termos
acesso ao possível e ao impossível. Nas relações então, basta um olá, e falamos
com Tóquio, Pequim, Miami e Londres ao mesmo tempo. Podemos bloquear um usuário
indesejável ou mesmo um conteúdo, mas a capacidade de entrarmos em mundo com
facilidades de comunicação e conhecimento, não nos prende a cuidados com
segurança, tidos em uma relação ao vivo e a cores.
A Anarquia da Internet é
algo, fantástico. Pode-se pensar que esta ferramenta nasceu para facilitar a
vida de alguns poucos e até para mais tarde estes poucos ficarem milionários
com ela, mas o que não se previa era o caráter mais do que democrático das
redes sociais. Outro dia observamos, centenas de post sobre uma receita de
torta de morango, daquelas de dar não só agua na boca, mas de usar os serviços
on line e comprar uma unidade dela. Hoje, presenciamos milhares de comentários sobre
a derrota infantil do lutador de MMA, Anderson Silva, para um Americano
teoricamente mais fraco. E choveu de indignações, quanto ao comportamento do
Brasileiro e até as teses de que a luta foi vendida, uma farsa. Fala-se de tudo
nas redes, usa-se para muitas coisas, entre elas namorar, publicidade,
política, emprego e recentemente mobilizações sociais e políticas.
O caráter Anarquista da
rede, não democrático, pois mesmo na democracia, há limites, possibilita que a
liberdade seja expressa sem limites. Esta sim é uma questão á qual devamos
considerar positiva. Vivemos 21 anos de ditadura militar, fomos educados a
represar desejos, anseios e ambições. Um grito parado na garganta de minha
geração, se tivéssemos as redes, quem sabe se a grande noite (o golpe 64), não duraria
tanto tempo?.
Não há porque não se expressar, tirar mascaras e dizer o que
pensa. As redes sociais te proporcionam isto. Mas duas questões pesam de forma
contraditória ao considerado positivo. Trata-se de na vida real, aquela do olho
no olho, as pessoas se esconderem e liberar suas faces apenas virtualmente. A
segunda de que não há regras é o vale tudo e aí em uma sociedade democrática a
choque.
Mas então vamos criar marcos
regulatórios, censura, ou até limites?. Claro que não. O espaço virtual, é uma
conquista da sociedade, pós segunda guerra. A necessidade de comunicar-se
rapidamente, para evitar isolamentos e desconhecimentos, é sem dúvida, uma
grande vitória da chamada pós modernidade. O que se precisa construir não é uma relação de unanimidade, mas de convergência
na divergência. Respeitar legislações existentes e não criar outras que venham
atravancar o caráter livre das redes sociais. Os Direitos Humanos e de
Privacidade, talvez sejam os mais atacados. Aí se faz necessário, buscar a
educação virtual, a utilização das ferramentas para uma cultura da Paz e das
relações harmoniosas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário