“A resposta branda
desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.”
PROVÉRBIOS 15:1
Quantas contendas, brigas, lutas ou até guerras têm início em uma pequena discussão despretensiosa. Palavras mal colocadas em uma hora em que o interlocutor não está preparado para ouvir podem causar danos irreversíveis às relações.
O Livro dos PROVÉRBIOS, da Bíblia,
foi escrito na primeira metade do primeiro milênio antes do nascimento de
Cristo, portanto já se vão pelo menos dois mil e quinhentos anos, quase três
mil.
Se há três mil anos já se sabia sobre
o poder da palavra, já se conhecia as consequências das palavras mal colocadas
ou propositadamente mal utilizadas, por que ainda hoje as pessoas insistem em
provocar o espírito dos outros com colocações duras e mal analisadas?
Ainda esses dias eu lia um antigo
artigo escrito por Stephen Kanitz e publicado na revista Veja em 2001 com o
título de “O poder da Validação”, onde o autor reforça a importância das nossas
posturas, sobretudo do que expressamos através das palavras, para a eliminação
e o controle das inseguranças das outras pessoas.
Em uma livre adaptação do texto
bíblico e uma proposital mistura interpretativa do texto do Kanitz, podemos
dizer que a palavra branda transmite e eleva a segurança do interlocutor,
enquanto a palavra dura contrariamente leva à insegurança, portanto ao erro.
Na política, independente da
tendência ou do partido, há pessoas que se ocupam da palavra dura, que se
concentram em negativar o adversário, torná-lo inseguro e levá-lo ao erro.
É muito comum, especialmente quando há grandes interesses em jogo, a prática da desconstrução. Processo onde um dos adversários, pela sua boca ou usando a boca de outras pessoas, concentra mais esforços em destruir a imagem do outro do que em construir a sua própria.
É muito comum, especialmente quando há grandes interesses em jogo, a prática da desconstrução. Processo onde um dos adversários, pela sua boca ou usando a boca de outras pessoas, concentra mais esforços em destruir a imagem do outro do que em construir a sua própria.
É preciso muito cuidado por parte de cada um
de nós na análise do perfil dosnossos interlocutores.
De minha parte considero a
desconstrução um erro.
Em primeiro lugar porque não atende a
nenhum tipo de interesse público, ao contrario, desestabiliza governos, cria
centrais de boatos, e via de regra causa danos maiores quanto maior for a
suscetibilidade a insegurança da pessoa atingida.
Ademais, minha avó já dizia que só
erra quem faz. Aquele que nada faz nunca erra, logo, para que a sociedade
continue seu caminho é necessário que hajam pessoas com coragem de fazer,
portanto de errar.
É possível, acreditem, ser contra sem
desconstruir o que o outro tem de positivo. É possível praticar qualquer
atividade tentando construir soluções pela própria força e segurança. Quem se
ocupa da palavra dura da sinais da sua própria insegurança e por isso precisa
provocar a insegurança do outro. Quem se ocupa da palavra branda mostra sua
grandeza, sua sabedoria, seu acumulo milenar de experiência e sua capacidade de
reconhecer e aprender com os erros dos outros.
Quem aposta na palavra branda aposta
no afastamento da fúria, do mal e da desconstrução, aposta em bons resultados.
Quem escolhe a palavra dura toma o caminho da ira. Analise as posturas do seu interlocutor
e faça a sua escolha.
*Tercio Garcia é Secretário de Administração de Limeira, Ex-Prefeito de São Vicente e Ex-Presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica da Baixada Santista.
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