Fomos Oposição durante
trinta anos. De esquerda em um País, onde a Democracia ainda é muito Jovem,
sempre fizemos lutas de resistência ao autoritarismo, as desigualdades sociais,
a governos centralizadores e de proteção a interesses de minorias. Foi através
dos movimentos sociais e populares, que construímos um projeto de mudanças, que
não se resumia apenas a questões imediatas. Tínhamos sim um projeto de poder.
Com a lógica da inversão de prioridades, onde a maioria teria vez e voz.
E foi assim que vencemos as
eleições e hoje somos governo em Limeira. Estes quase doze meses de mandato,
nos trazem várias lições. Li um Jornalista esta semana que 2013 deve ser
esquecido pelo Governo Democrático e Popular. De acordo com ele a paralisia
tomou conta da Prefeitura. O discurso de que tudo esta parado, que a cidade
esta abandonada. Até comparações com o Prefeito cassado, já vemos algumas
pessoas fazerem. Parte da imprensa legitimamente tem se colocado critica e as
vezes com um certo exagero. Porem é o seu papel.
Com este quadro, dá-se
impressão de que nosso discurso não condiz com a prática, e realmente as coisas
estão ruins e o governo não tem sido eficiente. Mas vamos lá. A História não se
conta apenas pelo que se enxerga a olho nu ou pelas páginas dos jornais. A
Transição de governo, não foi o esperado. Não tivemos acesso a todas as
informações, entre elas o orçamento. É verdade que erramos ao não fazer uma
cobrança mais incisiva, quanto a estas informações. Sem uma transição capaz de
nos orientar, nos deparamos com uma terra arrasada, com uma Prefeitura
organizada para não funcionar. E aí veio o dilema: Com um orçamento deixado
pelo antecessor insuficiente para investimentos e uma casa desarrumada, era
preciso optar.
A escolha foi exatamente em
reestruturar a máquina administrativa. E aí que as nomeações de um secretariado
técnico se justificam, mesmo que o aspecto político tem se perdido um pouco neste
período. As descobertas da falta de planejamento foi assustador.
Administrativamente a bagunça era enorme, facilitando em muito a malversação do
dinheiro e do patrimônio público. Planejar foi a palavra de ordem. Hoje é
público e notório, que temos um projeto de desenvolvimento da cidade não só
para quatros anos, mas no mínimo vinte anos. O PPA é o exemplo deste Planejar.
O Planejamento ocorreu em
duas frentes. A primeira interna, com as secretarias realizando varreduras e
elaborando planos. A segunda a participação popular. O Governo utilizou-se das
Conferências, Assembleias do OP, Prestação de Contas e Audiências públicas para
consultar e ouvir os reclamos da população. O primeiro semestre ainda nos
acostumando com a destruição do patrimônio público que nos deixaram, teve este
papel e continuou.
A cidade foi entregue á
décadas a um jeito de governar, populista e autoritário. Que não priorizava os
reais interesses da população. Esta prática fez acumular problemas estruturais
imensos. Fazer o enfrentamento destas questões era nossa alternativa, joga-los
para debaixo do tapete foi com os nossos antecessores fizeram. Não quero fazer
lista de super mercado aqui, pois não é o objetivo deste texto, mas estamos
enfrentando gargalos como o da Merenda Escolar, Transporte Coletivo, o Estado
de Sitio no Odécio Degan, O Horto Florestal e muitos outros.
A opção pelo Planejamento a
médio e longo prazo, aliado a desorganização herdade e também a inexperiência
administrativa, deram a sensação neste primeiro ano de que nada aconteceu. A
cidade amadureceu após os episódios que cassaram um Prefeito, ela ficou mais
exigente e isto é muito positivo. No entanto não se faz mudanças sem alterar as
estruturas criar uma cultura politica nova de gestão.
Este não é um governo de
remendos e muito menos centralizador. Não há mágica na administração pública. É
preciso compreender sua complexidade e combater seus desvios. Isto estamos
procurando fazer. Mas este realizar deve ser feito com a participação de todos,
não só na critica, ela é fundamental, mas nas tomadas de decisões.
Por muito tempo ouvimos que
a cidade era governada por Forças Ocultas. Hoje a população sabe que esta no edifício
Prada, quem é e o que pretende. É possível detectar até nossos erros e
fraquezas, tamanha a transparência com a coisa pública. A cidade precisa das
Forças Vivas Unidas para construir as mudanças para que tenhamos orgulho daqui
viver.
Que venha 2014.