Desde que nasci, escuto de
muita gente que Limeira é uma cidade com comportamentos conservadores, acima da
média do País que também leva esta pecha. Cresci e pude conviver com situações
que comprovavam esta tese e outras que não. Ao estudar a cidade, compreendi que
nossa formação Histórica é calcada em aspectos culturais muito próximos aos da
Casa Grande & Senzala. A relação senhorio e escravo ou servo é muito
presente em nossa sociedade.
Não é a toa, que um
radialista da cidade, conhecido por frases de efeito, se dirige a Limeira como
uma Fazendona Iluminada. Um dos aspectos presentes nesta definição (infeliz), é
o comportamento de políticos e de lideranças sociais e empresariais. As ultimas
décadas situações ocorreram, onde posicionamentos ditos conservadores ditaram
regras na cidade. A lendária História de que grupos fechados impediam a vinda
de empresas, freando assim o desenvolvimento, não é de toda lenda. Basta ver
como o Governo Silvio Félix tratou a questão, não preparando a cidade para
receber investimentos e não investindo nas vocações econômicas do município.
Mas o objetivo deste texto,
é aprofundar um dos maiores sintomas deste “conservadorismo”, de Limeira. A
Xenofobia, o bairrismo. O mesmo radialista, costuma tratar nossa cidade, como
se fossemos uma ilhota, esquecida no meio do ocidente, onde aqui nada entra,
nada saí, onde as regras são conforme os interesses dos puros, dos bem
nascidos, dos da terra. A Xenofobia é um preconceito que deriva da aversão á
estrangeiros, forasteiros como parte das elites desta cidade, gosta de rotular.
Nossa cidade é formada em
sua maioria por migrantes, vindos na maioria do Interior do Estado, do Paraná e
de Minas Gerais. Foram eles junto com os descendentes de Europeus e Negros
Africanos que fizeram e fazem a grandeza desta cidade. Insistir em bobagens,
como a de que não podemos permitir que os de fora baguncem nosso município, é
de uma pobreza de espirito á toda prova.
Na ultima sessão da Câmara
de Vereadores, este debate sobre a Xenofobia, esteve presente. Não como ponto
salutar de reflexão, para a busca de soluções para esta questão cultural. Foi
um Festival de pratica Xenófoba e de um conservadorismo tosco e agressivo. O
assunto, era as Olimpíadas Universitárias realizadas em nossa cidade nos dias
15, 16 e 17 de Novembro. Um requerimento assinado pelo Vereador Jorge de
Freitas, gerou mais de uma hora de discussão.
Parte dos Vereadores, imputaram
na defesa contraria ao evento, dogmas religiosos, desconhecimento da fase de
juventude e reforçaram a tese da ilha da porteira fechada. O próprio autor da
propositura, foi até comedido em seu discurso, solicitando informações de
gastos e autorizações para a realização do evento.
Nossa cidade, pode expandir
suas fronteiras, apontando para ações de turismo que explorem sua vocação. Não somos
mais uma cidade Rural ou Operária. Hoje nosso parque Universitário é
significativo, perdendo na região apenas para Piracicaba. Com a vinda do
Instituto Tecnológico Federal, a FATEC e se Deus Quiser a Faculdade de
Medicina, seremos sem dúvida uma potência neste segmento.
O Brasil esta em Limeira e
estará mais ainda. Da mesma forma que fomos hospitaleiros com os Migrantes,
devemos ser com os Estudantes que aqui vierem. São culturas diferentes, são
Jovens, com comportamentos típicos desta fase da vida. Cabe a nós celebrar este
momento, nos preparar mais e mais, para com isto construir o desenvolvimento e não
por razões mesquinhas e palanqueiras, destilamos nosso ódio Xenófobo.
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