O Brasil é um País, onde
todos os tratados de Direitos Humanos são há décadas desrespeitados. Temos Histórico
de violência com o que é sagrado ao ser humano, comparado inclusive a regimes
fechados, totalitários e em guerra constante. Outro dia em um texto do
Jornalista Leonardo Sakamoto, me surpreendi o quanto se explora a criança no
trabalho. Seu texto um primor de Jornalismo investigativo e ao mesmo tempo com
compromisso na defesa dos DH, mostra o trabalho de crianças que deveriam estar
na escola, na coleta de caranguejos nos mangues da Paraíba. Caranguejos
inclusive que irão para a mesa de uma classe média, que pode pagar por pratos
que nenhum operário ou que recene bolsa família, sonhou um dia comer.
O mesmo Sakamoto, em uma
matéria anterior, foca nos abusos sexuais, cometidos com mulheres, nas chamadas
baladas chiques das grandes e médias cidades. Os assédios forçados e violentos,
onde meninas vão para se divertir, são agredidas fisicamente e moralmente. Leio
todos os Jornais de minha cidade todos os dias. Não sou (não era), muito de ler
as páginas policiais, mas por força do oficio, de estar no poder público, leio
todos os cadernos dos periódicos. As matérias e notas, em sua maioria extraídas
de Boletim de ocorrência, mostra o inferno que é a vida dos pobres na
periferia. Quase todas as ações das policias são nas regiões afastadas e de
miséria. São ocorrências de prisões de aviãozinho, ladrões de galinha, brigas e
as vezes algo mais grave. Imagino as noites e dias desta população, acuada
dentro de seu habitat, de um lado o crime organizado que não é molestado pelas
autoridades, de outro a policia que não separa o joio do trigo.
No dia de ontem, no Jornal
de Limeira, li uma matéria, que alias muito bem feita, do ponto de vista Jornalístico,
sobre a preocupação da classe média que vive em condomínios fechados, com a
segurança de seus moradores. Justo, porem corporativo e um pouco egoísta.
Fecho-me em muros, me cerco de alarmes e guardas de segurança e o que acontece
em meu entorno não me interessa. Como não tem interesse, as denuncias de um
aumento significativo de nossos adolescentes em conflito com a lei, ou as
constantes denuncias de violência a mulheres, negros, Homossexuais, seja física,
seja moralmente.
Tenho acompanhado os
esforços do Governo ao qual estou ajudando a construir, na questão dos Direitos
Humanos. Não se pode pensar no bem estar das pessoas, sem qualidade de vida. As
ações do Projeto Este Bairro é Meu, os convênios de combate as drogas, o plano
municipal de Segurança Pública, são algumas das ações, para a busca de
igualdades de direitos. O próprio governo sabe que é pouco, há necessidade de
agilizar as ações de forma mais concreta.
Mas o que mais preocupa, é a
consciência. Em especial daqueles que fazem opinião, se acercam de instrumentos
como a escrita ou a tribuna de um poder público ou da liderança de uma
instituição. Minha cidade com certeza esta entre as que mais desrespeitam os
Direitos Humanos. Aqui a Xenofobia é cantada e decantada, até por políticos de
vários mandatos. O tratamento de alguns setores da economia com os
trabalhadores, ainda remota aos tempos de casa grande & Senzala.
Penso que é preciso um
esforço das chamadas forças vivas da cidade, em compreender que é preciso
mudança nas atitudes e na concepção de encarar os direitos fundamentais do Ser
Humano. Iniciativas como a do CEPROSOM em organizar um Seminário contra a
exploração sexual de crianças e adolescentes, do CAD- Centro de Defesa da
Diversidade- de promover eventos de combate a Xenofobia, do CEDECA- Centro de
Defesa da Criança e do Adolescente- em trabalhar através de um abaixo assinado,
a vinda de nossos internos para as unidades da Fundação Casa em Limeira, são
sem dúvida, ações que aqueles que tem acesso a informação e a cidadania,
deveriam assumir.
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