A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce
A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce
O de cima sobe e o de baixo desce
A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce
(A CIDADE- NAÇÃO ZUMBI)
O Movimento do Passe Livre,
que vem organizando e liderando os Manifestos no Brasil inteiro, por um
Transporte Coletivo de qualidade, não é nenhuma novidade, ou que suas ações
acordaram o Brasileiro. O MPL, como se convenciona chamar, teve sua gênese, no
inicio dos anos 90, capitaneado por estudantes secundaristas, ligados a
entidades com a UBES, UEE e a UNE. Na época a reivindicação já era a catraca
livre. Mas foi no Fórum Social Mundial de Porto Alegre em 2003, que o movimento
se torna de âmbito Nacional e institucionalizado. Vai ser na Capital Gaúcha que
os objetivos do MPL, vão ficar bem mais claros e objetivos.
Defende o Movimento, que o
Transporte Coletivo, deixe de ser gerenciado pela iniciativa privada e passe a
ser realmente público. Com esta concepção, entende, que não deve ser taxado e
sim livre ou sem catraca, como foi a bandeira do Movimento em Salvador no ano
de 2003, quando de uma paralisação parou a cidade por dez dias. O protesto era contra
o aumento da tarifa de ônibus. Com o tempo, o MPL, foi aperfeiçoando suas
propostas, bem como ampliando a participação, com a entrada de entidades dos
movimentos sociais e populares.
A organização interna é o
que chama a atenção. Não há uma estrutura hierárquica ou reduzida de decisão. Tudo
é decidido em granes assembleias e plenárias, inclusive a responsabilidade de
execução do que é decidido. Tem de tudo um pouco dentro do MPL, a coloração
Partidária, embora majoritariamente de esquerda, não tem partidarização. É uma espécie
de metodologia anarquista sem o ser.
Por isto, um dos argumentos
mais falados, seja pela imprensa ou por setores de Partidários, que as
manifestações são reação espontânea das massas, é errôneo. Até porque tanto em São
Paulo como no Rio de Janeiro, o MPL, vem organizando as ações contra os
aumentos da tarifa de ônibus, desde Janeiro. Outro argumento, equivocado, que a
grande imprensa tem insistido, é que as ações são contra a corrupção, contra a
copa, com tudo. Não são.
A pauta em varias cidades, é
clara, contra a tarifa (aumento) e por condições melhores de transporte. É óbvio
que as condições de vida, principalmente nas grandes cidades não são das
melhores. Se o Brasil avançou em muitas questões, ainda temos problemas graves
na Estrutura da Sociedade. Reformas importantes não foram feitas, que poderiam
modificar a vida nas cidades.
O Transporte Coletivo, é um
dos setores de maior fragilidade, em todo País. O crescimento desordenado e sem
planejamento urbano, faz as cidades crescerem, criarem bolsões habitacionais,
sem estrutura básica para seu viver. O Transporte entregue muitas vezes a
empresas, cujo único objetivo, é o lucro, e com governos que não fiscalizam e não
pensam o sistema, priorizando uma gestão de pessoas, como afirma o Prefeito
Paulo Hadich, desemboca em uma situação de caos.
Não sei ainda, se estas
manifestações, trarão mudanças estruturais significativas ou se o ganho será
pontual. Penso que não se trata de uma Revolução ou de um Movimento para
derrubar Governos, embora setores da direita de forma oportunista, tem tentado
forjar ou ainda setores de esquerda, que falam em conspiração ou golpe da
direita. Uma coisa é certa.
Há um descontentamento sim aos governos, sejam eles
do PT, do PSDB ou outros. Uma incredulidade na classe política, que não consegue,
solucionar os grandes problemas das cidades.
Pensar a cidade é pensar a
Qualidade de Vida.
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