Peço licença á União de Sindical dos Trabalhadores de Limeira, por
chupar literalmente a frase do titulo deste texto, da carta aberta enviada para
a imprensa, por esta respeitada instituição. Não podia pensar em outro titulo,
para tecer comentários sobre a polêmica, estabelecida esta semana nos meios de
Comunicação da cidade, acerca da vinda da Montadora Mercedes Bens para o município
vizinho de Iracemápolis. A Prefeitura daquela cidade, cujo Prefeito respeito
muito, informou que a montadora e o Sindicato dos Metalúrgicos que representam
os trabalhadores de Iracemápolis, teriam entrado em um impasse, quanto as
condições trabalhistas que seriam oferecidas pela empresa, desde que haja concordância
com o Sindicato de Classe.
O que apurei, e a imprensa noticiou, é que a Mercedes, propõe flexibilizar
direitos dos Trabalhadores. Três são os pontos de divergência: A mudança da
data base de Novembro para Abril, a instalação de um Banco de Horas cuja a
programação de compensação, seria a empresa que definiria e por ultimo, o mais
grave o congelamento de salários por três anos. A Prefeitura preocupada, com a
situação, ao meu ver se precipitou em levar a questão ao público, acarretando
uma crise sem necessidade, pois as negociações entre a empresa e o Sindicato não
cessaram, embora difíceis.
O texto da USTL, é de total solidariedade aos companheiros Metalúrgicos.
Como a Carta dos Sindicalistas afirmam, todos queremos a vinda da Mercedes bem
como de outras empresas. Mas também queremos que aja investimentos em nosso
parque produtivo, que efetivamente é o que gera empregos e renda. Não se pode a
qualquer custo, fechar acordos de atração de investimentos, colocando em risco,
conquistas de décadas da cidade e neste caso da luta dos Trabalhadores. Não se pode desconsiderar que os direitos dos
Trabalhadores no Brasil, não foram dados pelos patrões ou concedidos sem luta e
em muitos casos derramamento de sangue.
É obvio que o Sindicalismo Brasileiro precisa se reciclar, entender que
era da informação, através da introdução de novas tecnologias, exige um
relacionamento entre capital e trabalho mais apurado, e uma organização no chão
de fábrica que detecte os novos problemas que ameaçam a vida do trabalhador. O
dialogo sempre é o melhor caminho. E ele deve ser instrumentalizado, com o
objetivo de sempre se buscar o consenso. Nunca a faca no pescoço ou a chantagem
como escreve a USTL, deve ser usada nas negociações. O desespero, ou o
julgamento precipitado que alguns vem fazendo neste episódio, também não contribuí
para se chegar em um acordo.
A Prefeitura cabe ser a interlocutora da população, no que diz respeito
a sua qualidade de vida e ao desenvolvimento da cidade. Não medir esforços para
buscar investimentos que levem a estes objetivos, é sem duvida nenhuma um exemplo
de um Estadista e um bom administrador, qualidades que o Prefeito da cidade
vizinha, meu companheiro Walmir tem de sobra. Mas entendo também, que nesta
linha o governo deve estar trabalhando para que ninguém perca, nem os
trabalhadores, nem a cidade. Tenho certeza de que isto esta sendo feito.
Quanto ao Sindicato, deve continuar na linha da defesa da manutenção de
direitos. A solidariedade dos Trabalhadores e do Sindicalismo da cidade e
região, os companheiros Metalúrgicos, já tem, isto mostra que estão no caminho
certo.