Outro
dia caiu na pagina inicial de meu facebook, um link do blog do
Leonardo Sakamoto, com o titulo: Relatos
para quem acha que mulheres na balada são como carne no açougue
http://migre.me/eunYU .
Curto o Sakamoto a muito tempo. Leio todos os seus posts, admiro como
ele trabalha temas cotidianos e os analisa a luz dos direitos
humanos. Seu blog, esta no portal UOL. Seus textos são lúcidos, tem
partido, tem lado e ao mesmo tempo não se fecha para o debate com o
diferente e divergente. E aí ao clicar no link vindo do mundo
facebookiano, fiquei chocado ao ler o texto acima.
O
titulo do post é chupado das conclusões do Sakamoto. A motivação
do texto se deu, em função das dezenas de e-mails que o bloqueiro
recebeu, onde mulheres contam como são molestadas nas chamadas
baladas noturnas pelos homens. O assédio sexual acompanhado de
violência estupida e gratuita, acontece com frequência, em lugares
considerados de luxo e “seguros”. Boates e casas de espetáculos
em que as elites decantam como os point do momento, Homens destilam
sua “masculinidade” de forma rasteira e nojenta.
Fiquei
a refletir sobre o texto e recuperei na memória comportamentos de
seres de meu sexo, com o sexo oposto. Outro dia presenciei um casal,
que o macho aos berros humilhava a femêa, exatamente porque a mesma
(segundo ele), falava besteiras de mais á mesa do restaurante onde
estavam (eu Também). Certa vez um pirralho recém casado, se
confraternizava com amigos em uma casa de um deles. Jogavam baralho,
os machos e as respectivas mulheres cada uma posicionada ao lado de
seus esposos (ou donos). De repente o pirralho, nada mais do que
vinte anos de idade, embala um papo, do tipo, minha mulher só serve
mesmo para meter comigo, cozinha mal, é uma burra, não sabe nada. A
esposa igualmente com uns vinte anos, de cabeça baixa e as demais e
os machos é claro rindo da coitada.
É
comum na sociedade ainda ouvirmos que a estrutura familiar se define
nos lugares de uma mesa de refeição. Na ponta o macho, do lado
esquerdo a fêmea, do lado direito o filho macho e do lado esquerdo
colada a mãe a filha mochinha. Os machos são servidos pelas
mulheres, só tocam na comida, quando ela esta toda depositada no
prato. Se quer recolhem seus pratos depois de comer. Parece
brincadeira, mas esta estrutura ainda existe em muitos lares
Brasileiros. E é cultural, passa de pai para filho, de mãe para
filha Se o Pai desrespeita a mãe, o filhinho macho se acha no
direito de fazer o mesmo com a irmã, namoradas e esposas.
Vejo,
ouço e leio cada coisa. O menino proíbe sua namorada de ter perfil
do facebook. Ambos tem dezessete anos, mal saíram das fraldas. O
motivo, é bem simples, mulher minha não fica exposta para homem
nenhum ver fotos ou conversar com ela. E aí dela se desobedecer. O
xingamento sua puta, é mais o bonito que se ouve. Não é ciúmes
não, é machismo. Outra comum, ainda namorando ou se pegando como se
fala hoje, o machinho e a fêmea também fazem questão de dizer que
são casados. E olha se deixar vivem a rotina de casais que entraram
na roda viva do machismo.
Sakamoto,
em seu brilhante texto orienta as mulheres, a denunciar estes
assédios e humilhações, pois é crime. Ninguém é dono de
ninguém. Ninguém pode achar que por ter um pênis, tem o poder
sobre o outro alguém, principalmente se for mulher. A denuncia á
autoridades, como no caso de violência física deve ser feita na DDM
(Delegacia de defesa da Mulher). Nos outros casos, tenho comigo que é
preciso criar mecanismos públicos de debates e iniciativas, acerca
de novos conceitos de relação humana, que considerem os seres
humanos com direitos, entre eles o do respeito e de combate a
praticas violentas. Uma concepção de não achar natural, um Homem
bolinar uma mulher ou agredi-la, inclusive verbalmente.
Não
quero ter vergonha de ser Homem. Quero ter orgulho de ver um Homem
respeitar uma mulher.
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