Em
Raízes do Brasil de Sergio Buarque de Holanda e em Casa Grande & Senzala de
Gilberto Freire, a temática definir nossa identidade cultural, ficou clara, a
partir do momento em que os conquistadores Europeus e Brancos aqui aportaram
com suas caravelas. A ideia de cooptação dos indígenas, trazendo presentinhos e
brinquedinhos, afim de tomar posse daquilo que não lhes pertencia, foi o
primeiro passo, para criar uma aparente convivência o diferente. Depois impor
uma crença religiosa aos nativos em terras Brasileiras, foi o segundo conceito
criado, o da doutrina da verdade absoluta de um ser supremo, que a partir de
seus representantes no planeta, determinava o viver de cada ser humano. Nasce o
dogmatismo tanto religioso, como politico em terra Brasilis. E aí não parou.
Foram os Navios Negreiros, responsáveis por trazer o ser que na visão das
elites dominadoras não tinha alma, portanto podia ser escravizado. Nasce aí o
preconceito de cor, a serviço de uma concepção de exploração econômica.
Em
Raízes Sergio Buarque fala do Brasileiro Cordial. A cordialidade exposta pelo
sociólogo, criou similares de comportamento ao longo de nossa História. Digo
que aceito um Negro em meu ambiente, mas desde que não chegue perto de minha
família. Digo que não tenho preconceitos em relação á negritude, ou ao Gay, ou
mesmo ao estrangeiro. Mas o negro será meu amigo desde que seja aquele da alma
branca. Respeito o Gay, desde que de mim não se aproxime. Os de fora, são bons,
desde que lá fiquem, detesto judeus, mas gosto quando Israel bombardeia a
Palestina. A cordialidade é utilizada, para esconder sentimentos, opiniões,
para manter situações fictícias, não sempre toleráveis. Em uma linguagem bem
popular, para inglês ver.
Os
grandes problemas Brasileiros, até hoje não resolvidos tem sem sombra de
duvidas, raízes em nossa colonização e a formação de uma elite dominante
calcada, no preconceito e na discriminação como forma cultural de exploração. O
projeto de lei em discussão na Câmara Municipal de São Paulo que proíbe a
veiculação de musica Funk nos bailes e eventos, da Capital é um sintoma de Casa
Grande e Senzala. Apresentar um projeto destes com argumentos de que o ritmo
musical, gera violência e marginalidade, é segregar os pobre ouvintes e fãs
deste ritmo, a condição de criminosos, por dançar e cantar. A própria eleição
de Marco Feliciano a Presidente da Comissão Permanente de Direitos Humanos da
Câmara, pressupõe, um retrocesso a luta e defesa dos DH, não por ser
evangélico, mas por segregar negros, homossexuais e mulheres.
Penso
que a forma correta de enfrentar estes dilemas, é exatamente enfrentar o
debate. O poder público, com politicas de inclusão, garantindo o Estado de
Direitos, punindo o desrespeito aos DH e a sociedade buscando primeiro com
respeito as diversidades e depois a convivência na defesa e garantia destes
direitos. Mudar atitudes é efetuar o jeito de encarar a vida, de alterar a
visão de mundo. É a partir do dialogo franco e aberto, que vamos dirimir os
conflitos e as diferenças. Esta concepção rompe com o conservadorismo e a
segregação, aponta para uma convivência oxigenada da cultura da PAZ.
Neste
sentido quero parabenizar, na figura de seu Presidente Municipal Dr. Marco
Aurélio Magalhães de Faria Júnior e do futuro Secretário LGTB do PSB, Laércio
Baraldi, pelo importante passo dado, na ultima semana que foi a criação da
secretária do segmento no Partido em Limeira. Primeiro a de considerar que há
mais de quatro anos o PSB Limeira, tem desenvolvido o debate interno e externo
sobre Direitos Humanos e em especial sobre políticas LGTB. A filiação do
Laércio, teve como objetivo a organização de um coletivo que pudesse lutar por
direitos, que leva-se o programa Partidário como bandeira desta mobilização.
Segundo, é o PSB o primeiro no Estado de São Paulo a ter uma secretária deste gênero,
dentro da agremiação. Terceiro, em Limeira também somos pioneiros, entre os
Partidos. Quarto este debate é feito dentro de um clima democrático e
republicano, e buscando construir uma relação que semeie o Socialismo que
almejamos.
Que
as Mulheres, os Sindicalistas, a Juventude e outros, seja do PSB ou de outras
agremiações seguiam este caminho, para fortalecer nossas lutas contra a
cordialidade aparente, que venhamos construir relações fraternas e solidárias.
"Que as Mulheres, os Sindicalistas, a Juventude e outros, seja do PSB ou de outras agremiações sigam este caminho, para fortalecer nossas lutas contra a cordialidade aparente, que venhamos construir relações fraternas e solidárias. "
ResponderExcluirPrecisamos tanto de relações fraternas e solidárias...
Abç Janjão