quarta-feira, 15 de maio de 2013

ROMPENDO PRECONCEITOS: PARABÉNS PSB DE LIMEIRA


Em Raízes do Brasil de Sergio Buarque de Holanda e em Casa Grande & Senzala de Gilberto Freire, a temática definir nossa identidade cultural, ficou clara, a partir do momento em que os conquistadores Europeus e Brancos aqui aportaram com suas caravelas. A ideia de cooptação dos indígenas, trazendo presentinhos e brinquedinhos, afim de tomar posse daquilo que não lhes pertencia, foi o primeiro passo, para criar uma aparente convivência o diferente. Depois impor uma crença religiosa aos nativos em terras Brasileiras, foi o segundo conceito criado, o da doutrina da verdade absoluta de um ser supremo, que a partir de seus representantes no planeta, determinava o viver de cada ser humano. Nasce o dogmatismo tanto religioso, como politico em terra Brasilis. E aí não parou. Foram os Navios Negreiros, responsáveis por trazer o ser que na visão das elites dominadoras não tinha alma, portanto podia ser escravizado. Nasce aí o preconceito de cor, a serviço de uma concepção de exploração econômica.

Em Raízes Sergio Buarque fala do Brasileiro Cordial. A cordialidade exposta pelo sociólogo, criou similares de comportamento ao longo de nossa História. Digo que aceito um Negro em meu ambiente, mas desde que não chegue perto de minha família. Digo que não tenho preconceitos em relação á negritude, ou ao Gay, ou mesmo ao estrangeiro. Mas o negro será meu amigo desde que seja aquele da alma branca. Respeito o Gay, desde que de mim não se aproxime. Os de fora, são bons, desde que lá fiquem, detesto judeus, mas gosto quando Israel bombardeia a Palestina. A cordialidade é utilizada, para esconder sentimentos, opiniões, para manter situações fictícias, não sempre toleráveis. Em uma linguagem bem popular, para inglês ver.

Os grandes problemas Brasileiros, até hoje não resolvidos tem sem sombra de duvidas, raízes em nossa colonização e a formação de uma elite dominante calcada, no preconceito e na discriminação como forma cultural de exploração. O projeto de lei em discussão na Câmara Municipal de São Paulo que proíbe a veiculação de musica Funk nos bailes e eventos, da Capital é um sintoma de Casa Grande e Senzala. Apresentar um projeto destes com argumentos de que o ritmo musical, gera violência e marginalidade, é segregar os pobre ouvintes e fãs deste ritmo, a condição de criminosos, por dançar e cantar. A própria eleição de Marco Feliciano a Presidente da Comissão Permanente de Direitos Humanos da Câmara, pressupõe, um retrocesso a luta e defesa dos DH, não por ser evangélico, mas por segregar negros, homossexuais e mulheres.

Penso que a forma correta de enfrentar estes dilemas, é exatamente enfrentar o debate. O poder público, com politicas de inclusão, garantindo o Estado de Direitos, punindo o desrespeito aos DH e a sociedade buscando primeiro com respeito as diversidades e depois a convivência na defesa e garantia destes direitos. Mudar atitudes é efetuar o jeito de encarar a vida, de alterar a visão de mundo. É a partir do dialogo franco e aberto, que vamos dirimir os conflitos e as diferenças. Esta concepção rompe com o conservadorismo e a segregação, aponta para uma convivência oxigenada da cultura da PAZ.

Neste sentido quero parabenizar, na figura de seu Presidente Municipal Dr. Marco Aurélio Magalhães de Faria Júnior e do futuro Secretário LGTB do PSB, Laércio Baraldi, pelo importante passo dado, na ultima semana que foi a criação da secretária do segmento no Partido em Limeira. Primeiro a de considerar que há mais de quatro anos o PSB Limeira, tem desenvolvido o debate interno e externo sobre Direitos Humanos e em especial sobre políticas LGTB. A filiação do Laércio, teve como objetivo a organização de um coletivo que pudesse lutar por direitos, que leva-se o programa Partidário como bandeira desta mobilização. Segundo, é o PSB o primeiro no Estado de São Paulo a ter uma secretária deste gênero, dentro da agremiação. Terceiro, em Limeira também somos pioneiros, entre os Partidos. Quarto este debate é feito dentro de um clima democrático e republicano, e buscando construir uma relação que semeie o Socialismo que almejamos.

Que as Mulheres, os Sindicalistas, a Juventude e outros, seja do PSB ou de outras agremiações seguiam este caminho, para fortalecer nossas lutas contra a cordialidade aparente, que venhamos construir relações fraternas e solidárias.

Um comentário:

  1. "Que as Mulheres, os Sindicalistas, a Juventude e outros, seja do PSB ou de outras agremiações sigam este caminho, para fortalecer nossas lutas contra a cordialidade aparente, que venhamos construir relações fraternas e solidárias. "

    Precisamos tanto de relações fraternas e solidárias...

    Abç Janjão

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