domingo, 30 de novembro de 2014

SUCUPIRA, NÃO É AQUI

Um antigo radialista da cidade, que sempre foi próximo a todos os governos anteriores ao de Paulo Hadich (PSB), na Prefeitura, usa uma expressão constantemente para definir (Ideologicamente), a cidade. Limeira para este profissional é como uma Fazendona Iluminada. Sempre utiliza esta frase, para fechar um discurso pessimista, ou uma opinião negativa sobre o que acontece no município. Podemos encarar a expressão de duas formas. A primeira que o referido radialista, define a cidade como uma Casa Grande & Senzala, com sua fazenda iluminada. Porem a utiliza para criticar esta ideia. Segunda, reafirma e concorda com tal definição e vaticina, dizendo que não tem jeito é assim mesmo.

A Fazendona Iluminada, me fez lembrar da cidade fictícia do Dramaturgo e autor de novelas Dias Gomes. A cidade em algum lugar do interior do Brasil, era essencialmente agraria, conservadora e desafeta a tudo o que fosse moderno. Tinha um Prefeito (Odorico Paraguaçu), populista e corrupto, que o máximo que chegou do progresso, foi construir um cemitério. A trama se desenvolve, seja na peça de Teatro, seja na TV ou no cinema (O Bem Amado, como Marco Nanini no papel do Prefeito foi pras telonas em 2012), na obsessão de Odorico em inaugurar a obra, porem ninguém morre na cidade. E aí tramoias e esquemas são realizados para o feito acontecer. Sucupira, tinha uma elite que se beneficiava do poder e a maioria do povo, na miséria.

As vezes tenho a impressão, que alguns grupos políticos, econômicos, parte da imprensa, se apegam ao corporativismo de seus interesses, e encaram a cidade como se ela ainda fosse uma Sucupira. Pequena, afastada da civilização e ainda vivendo na Idade Média. A disseminação de posições atrasadas, consideradas por eles tradição, vão na contra mão, do desenvolvimento e evolução do município.

Somos mais de 300 mil habitantes, cuja as origens são as mais diversas. Dos Imigrantes Europeus, passando por Mineiros, Paranaenses e outros. As culturas destes povos e seu trabalho é que constroem esta cidade. O que é tradição para as Elites contempladas em alguns grupos, não reflete no conjunto da cidade. Estamos nos tornando um polo Universitário de ponta no Estado, e com isto a mistura de experiências e culturas, nos colocam desafios que contrariam a ausência de dialogo e participação, típico de uma Sucupira, ou Fazendona Iluminada.

Já ouvi e li de representantes destas elites, o discurso de que o governante é quem sabe o que o povo quer, mas contrariados em seus interesses, dizem que deveriam ser consultados (não o povo). A tradição de manter o corporativo, de não admitir que a Democracia, sem participação ou reduzida a poucos pessoas, não leva ao desenvolvimento e sim a Sucupira. Esta definitivamente não é aqui. 



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