Um antigo radialista da
cidade, que sempre foi próximo a todos os governos anteriores ao de Paulo
Hadich (PSB), na Prefeitura, usa uma expressão constantemente para definir
(Ideologicamente), a cidade. Limeira para este profissional é como uma
Fazendona Iluminada. Sempre utiliza esta frase, para fechar um discurso
pessimista, ou uma opinião negativa sobre o que acontece no município. Podemos
encarar a expressão de duas formas. A primeira que o referido radialista,
define a cidade como uma Casa Grande & Senzala, com sua fazenda iluminada. Porem
a utiliza para criticar esta ideia. Segunda, reafirma e concorda com tal
definição e vaticina, dizendo que não tem jeito é assim mesmo.
A Fazendona Iluminada, me
fez lembrar da cidade fictícia do Dramaturgo e autor de novelas Dias Gomes. A cidade
em algum lugar do interior do Brasil, era essencialmente agraria, conservadora
e desafeta a tudo o que fosse moderno. Tinha um Prefeito (Odorico Paraguaçu), populista
e corrupto, que o máximo que chegou do progresso, foi construir um cemitério. A
trama se desenvolve, seja na peça de Teatro, seja na TV ou no cinema (O Bem
Amado, como Marco Nanini no papel do Prefeito foi pras telonas em 2012), na obsessão
de Odorico em inaugurar a obra, porem ninguém morre na cidade. E aí tramoias e
esquemas são realizados para o feito acontecer. Sucupira, tinha uma elite que
se beneficiava do poder e a maioria do povo, na miséria.
As vezes tenho a impressão,
que alguns grupos políticos, econômicos, parte da imprensa, se apegam ao
corporativismo de seus interesses, e encaram a cidade como se ela ainda fosse
uma Sucupira. Pequena, afastada da civilização e ainda vivendo na Idade Média.
A disseminação de posições atrasadas, consideradas por eles tradição, vão na
contra mão, do desenvolvimento e evolução do município.
Somos mais de 300 mil
habitantes, cuja as origens são as mais diversas. Dos Imigrantes Europeus,
passando por Mineiros, Paranaenses e outros. As culturas destes povos e seu
trabalho é que constroem esta cidade. O que é tradição para as Elites
contempladas em alguns grupos, não reflete no conjunto da cidade. Estamos nos
tornando um polo Universitário de ponta no Estado, e com isto a mistura de experiências
e culturas, nos colocam desafios que contrariam a ausência de dialogo e
participação, típico de uma Sucupira, ou Fazendona Iluminada.
Já ouvi e li de
representantes destas elites, o discurso de que o governante é quem sabe o que
o povo quer, mas contrariados em seus interesses, dizem que deveriam ser
consultados (não o povo). A tradição de manter o corporativo, de não admitir
que a Democracia, sem participação ou reduzida a poucos pessoas, não leva ao
desenvolvimento e sim a Sucupira. Esta definitivamente não é aqui.
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