sexta-feira, 5 de julho de 2013

O DILEMA DO TRANSPORTE COLETIVO


O Transporte Coletivo, vai ter a importância que tem nos dias atuais, devido á dois fatores Históricos. O primeiro a grande migração rural ou êxodo rural, ocorrida no final da década de 50 inicio dos anos 60, do campo para as grandes cidades. A desvalorização da agricultura familiar, o surgimento do latifúndio grileiro de terras, veio somar a crescente industrialização do País, naqueles anos, principalmente com a entrada das Multinacionais, em especial as montadoras de automóveis. Vai ser o fato de perder sua rocinha, que fará o sertanejo, o mineiro, o paranaense, se encantar com o que era oferecido nas cidades onde a industrialização, esta sendo incentivada. Porém as cidades ofereciam emprego, algumas moradia, através do BNH, mas a infra estrutura para a vivência do Migrante e sua família, não tinha nenhum planejamento estratégico. A cidade se esticava para os lados e para os fundos, e aí o drama acontecia e só aumentava.

O Transporte Coletivo, é um dos serviços públicos, que serão alvo desta falta de planejamento urbano, ao longo dos anos. As cidades inchavam em sua população, os locais de moradia, ficavam cada vez mais longe do centro comercial e financeiro. As cidades vão criando bolsões de operários e pobres, sem acesso ao básico para a sobrevivência. Trabalham distantes dos locais de moradia, da escola e dos serviços básicos. Lembro de minha adolescência, que fazia o antigo ginásio no Trajano Camargo e logo no primeiro anos, tinha que pegar a condução na Avenida Campinas, aja vista que os ônibus não subiam até o meu bairro, o JD. Vista Alegre. Depois de alguns anos, tendo que andar mais de 2km até o ponto, amassar barro em tempos de chuva, pois não havia asfalto, é que as linhas do sistema começaram a ir até o meu bairro, mas os acima e dos lados, é que tinham que se locomover para tomar a sua condução.

O Transporte é uma concessão pública de duas mãos ou seja as empresas concessionárias devem oferecer um sistema de qualidade e com isto possam ter rentabilidade. Sempre questionei a possibilidade deste serviço e outros serem municipais ou estatais. Não abandonei a ideia da arrecadação pública, ser responsável para subsidiar um transporte gratuito e de boa qualidade. Também sou afeto ao passe livre. Mas para governar é preciso ter responsabilidades com o erário público. É preciso cumprir etapas. Neste momento é reconstruir o serviço, obrigar que as concessionárias cumprem o contrato que nada mais é do que um serviço de boa qualidade.

A cidade teve inicio com o Transporte Coletivo em 1963. De lá para cá, os serviços eram autorizativos, não havia processo de concessão, não havia contrato. Só em 1990, em um processo de abertura de uma nova empresa no sistema, é que o assunto começa a chamar a atenção. No entanto, o sistema é operado por duas empresas mas continua sem planejamento e caminhando para seu próprio sucateamento, já que os governos anteriores nunca fiscalizaram. Só em 2004 que se aprovou Lei Municipal, para realização de concessão do serviços. Mesmo assim, uma legislação que precisa ser revista, pois não garante por exemplo que se um dia as empresas deixarem as cidades, os bens passivos (prédio, carros e outros), fiquem de posse do município, a clausula da reversibilidade.  

Há enormes questionamentos a serem feitos, estruturais, Históricos e também Ideológicos. O que o Governo Democrático e Popular de Paulo Hadich (PSB), pretende fazer, é o que sistema funcione, que as pessoas possam tomar sua condução da casa ao trabalho e vice versa, com segurança e sem transtornos e claro com uma tarifa barata. Porem é preciso ter paciência para replanejar aquilo que nunca foi planejado. Na audiência Pública, do dia 04 de Julho, falou-se muito de abrir a caixa preta do Transporte. A primeira foi aberta, com a realização das Audiências Públicas, algo nunca ocorrido em Limeira. A segunda a criação do Conselho Municipal dos Transportes, órgão que nunca foi instalado na cidade. Terceira dialogando de forma clara e transparente, ouvindo as sugestões e propostas da população, com muita tranquilidade e sem atitudes de cerceamento a palavra.


Penso que este é o caminho, o do constante dialogo construtivo. 

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