terça-feira, 30 de dezembro de 2014

ALEGRIA MUITA ALEGRIA EM 2015

O FILME O NOME DA ROSA, ADAPTADO DO BEST ELLER, HOMÔNIMO DE DO ITALIANO UMBERTO ECO, GIRA EM TORNO DA OBRA ALEGRIA DE ARISTÓTELES. O LIVRO PROIBIDO PELA IGREJA CATÓLICA, NOS TEMPOS DA INQUISIÇÃO, ERA GUARDADO A SETE CHAVES PELA ORDEM DOS BENEDITINOS, ONDE POUCOS TINHAM CONHECIMENTO DA OBRA. MUITOS MORRERAM PARA LER O QUE CONTINHA AQUELA PRECIOSIDADE.

QUEM NÃO QUER TER ALEGRIAS NA VIDA? ELA É SINÔNIMO DE FELICIDADE E AMOR. TIVE VARIAS ESTE ANO. A FORMAÇÃO ACADÊMICA DE MINHA FILHA, O CRESCIMENTO DO ALEGRE DO MEU NETO, O AMOR TRANSBORDANTE POR MINHA MULHER, O CARINHO DE ZILHÕES DE AMIGOS E A ALEGRIA DE POSSIBILIDADES PARA O PRÓXIMO ANO. QUEM SABE UM FINALMENTE LIVRO PUBLICADO.

A CANÇÃO DO CAETANO VELOSO, QUANDO FOI LANÇADA EM 1967, FEZ UMA REVOLUÇÃO NA MÚSICA BRASILEIRA, MUDOU CONCEITOS E COMPORTAMENTOS. A GUITARRA ELÉTRICA UTILIZADA PELA PRIMEIRA VEZ EM UM ARRANJO DE MPB, SACUDIU OS INCRÉDULOS, DEIXOU EUFÓRICOS OS QUE QUERIAM MUDANÇAS.

DESEJO PARA TODOS OS QUE COMIGO VIVERAM ESTE 2014, E QUE VIVERAM 2015 E OUTROS MAIS, QUE A ALEGRIA NÃO SEJA CENSURADA COMO NO NOME DA ROSA, NEM PROIBIDA COMO NA INQUISIÇÃO OU NA DITADURA MILITAR BRASILEIRA. DESEJO QUE A ALEGRIA CRIE ORGASMOS EM TODOS, PRODUZA TESÃO, FAÇA SALTAR A CRIATIVIDADE COLETIVA, E QUE SONHOS SE TRANSFORMEM O DIA A DIA. DESEJO QUE A ALEGRIA ROMPA PRECONCEITOS E QUE COM FÉ NOS DIFERENTES DEUSES, LUTAMOS POR UM MUNDO MELHOR.

ALEGRIA, ALEGRIA PORQUE NÃO?

                                                                 

domingo, 28 de dezembro de 2014

2014: O ANO DA INTOLERÂNCIA

A tolerância não é exatamente concordar com tudo e com todos. Ela é a expressão clássica do respeito ao diferente, as diferenças. Tolerar não é o ideal. O ideal é buscar sempre o consenso, aproveitar a diversidade que é sadia, e debater fraternalmente, com o objetivo claro de se chegar a um acordo. Porem tolerar é uma virtude, fundamental para uma convivência de Paz e de liberdade.

Porem, a de se dizer, que a situações que não cabe a tolerância. Direitos Humanos é sem dúvida a principal delas. Se há um tópico que não tem meio termo é os DH e suas variáveis, como a pluralidade racial, de classes, de gênero, de sexo, de religião e porque não Partidária. Não como aceitar a discriminação, o preconceito. Não tem como tolerar, o machismo, a homofobia, a Xenofobia, e outros. Rompe com uma sociedade Democrática e humana.

O ano de 2014, foi um celeiro para a intolerância. Se neste inicio de século XXI, fomos eleger o ano perdido, foi este, em especial no Brasil. A volta de plataformas conservadoras e de extrema direita, aponta para perigos iminentes a convivência entre os plurais e diferentes.

As redes sociais tem sido o palco preferido, para o Ressurgimento ou Afloramento da intolerância. São caminhões de xingamentos gratuitos vindos do nada e que encerram qualquer discussão ou argumentação, capaz de recolocar o assunto, em um nível tolerável de leitura e debate. É um Festival de agressões a Negros, Gays, Nordestinos, Mulheres (Estupra só se vale a pena), contra pobres e até contra as esquerdas.

Estes comportamentos, geram alucinações, do tipo a volta da Ditadura Militar, o extermínio de viciados em drogas, mulher foi feita para apanhar mesmo, nordestino tem que morrer, o comunismo será instalado no Brasil e por aí vai, a quantidade de bobagens e gravíssimos atentados ao Bom Senso e ao Estado de Direito.

Mas esta onda de reacionarismo, não nasceu do nada ou brotou de um povo segundo alguns ultra conservador. Foi ressuscitado por boa parte das mídias, que ao escolher inimigos e para defender os interesses de uma pequena elite, que não conseguem acreditar que sua empregada doméstica, também viaja de avião nas suas férias. Esta mesma elite que não aceita que o operário possa trocar de carro (zero), uma vez por ano. Não aceita estas mesmas elites que nestes doze anos de governo de esquerda, a concentração de renda diminuiu em muito.

Já citei aqui entre outros textos, o desserviço prestados a nação por Grupos como Globo, Editora Abril, Folha e Estado de São Paulo, ao gerar factoides, construir mentiras e falácias, publicadas, por militantes de direita, travestidos de Jornalistas. E se isto não bastasse, artistas frustrados ou com interesses marqueteiros, como Lobão e Luciano huck usam de sua condição de celebridades com visualização nas mídias, para rebaixar o discurso e fomentar o ódio e a guerra entre as pessoas.

2014 encerra com esta sensação de que algo ruim esta para acontecer. Foi assim que Marx ao escrever o Manifesto Comunista, fez a previsão da catástrofe do Capitalismo ao afirmar “ Um espectro Ronda a Humanidade”. Foi também com esta percepção que Bertold Brecht previu a Nazismo na Alemanha e Gramsci o Fascismo na Itália.

A intolerância só leva a Barbárie. Que 2015 enterre esta sensação e que a Tolerância volte a reinar.




sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

O ERRO DE DILMA E DOS CARDEIAS DO PT

A Presidenta Dilma Roussef, esta perdendo a oportunidade, de governar nos próximos anos, com uma aliança sólida, real e leal, com os movimentos sociais e a sociedade Brasileira. O anuncio do novo Ministério (ainda falta metade), tem frustrado lideranças e militantes dos movimentos populares, que acreditavam que a quase derrota para a Direita, fosse causar no interior do Governo e da direção do PT, um exame de consciência.

As eleições de 2014, se não dividiu o País numericamente, o dividiu literalmente no quesito ideológico. E foi a Direita quem deu o tom. O debate embora rebaixado, mas a dicotomia pobres representados por Dilma e Ricos, por Aécio, ficou nítida. Como ficou claro, a unidade das Esquerdas e dos Movimentos Sociais em torno da Presidenta e de toda a direita, inclusive a extrema, defendendo o Tucano.

Com a vitória de Dilma, a Direita, tratou logo que instalar o terceiro turno e com ele, iniciou-se os ataques. Primeiro o do Fora Dilma, e o caso da suposta e ridícula tese da fraude eleitoral. Depois e ainda o caso Petrobrás, que não prova a participação da chefe do executivo, nos esquemas. As manifestações pífias e desastrosas, chamadas por Lobão e os Tucanos recalcados, só não vingou, por que os movimentos sociais deram e continuam dando a resposta. O perigo de um golpe, ou da tática de ganhou mas não levou ainda é iminente.

O que se esperava e se espera do Governo, sinais. Sinais de que não governaria com acordos para acomodar setores e partidos que não querem mudanças, muito menos Reformas estruturais capazes de construir um País para todos e que combateriam a concentração de renda. Mas o que estamos presenciando até agora?. A mesma tática, dos doze anos de Governo Petista.

Em nome da governabilidade, cede-se as vontades, do Mercado e do Fisiologismo. Primeiro a trinca de ministros da área econômica, entre eles o Tucano e executivo de Banqueiros Joaquim Levy, que vai tratar a “crise”, ele já a anunciou, cortando direitos e investimentos sociais. Agora, uma ironia: Dilma anunciou “treze” novos Ministros, entre eles Kassab nas cidades, querendo dizer que o cara foi o melhor Prefeito de São Paulo, pois entregou a ele uma pasta estratégica, pois dialoga diretamente com os municípios, além de ser um dos maiores orçamentos da união.

Na Agricultura Katia Abreu legitima representante do Agro Negócio e do Latifúndio. Consagrou as oligarquias, com Helder Barbalho, um fundamentalista no Esporte, onde a pluralidade é a tônica, além de Cid Gomes, um dos piores Governadores no investimentos na Educação e na relação com os Professores. Aumentou o poder do chantagista PMDB, que durante as eleições fez papel de agente duplo o tempo todo.


Dilma não esta olhando, para as bases solidas. Perde a oportunidade de governar mesmo para todos, priorizando a imensa maioria de pobres e excluídos. Não se atentou a Mineira Gaúcha, que o sufoco eleitoral, foi consequências do abandono das esquerdas dos movimentos populares e sociais, os relegando a segundo plano. Erra a Presidenta, Erra os Cardeais do PT. 

sábado, 20 de dezembro de 2014

ENTREVISTA MARIO MAGALHÃES

“Jornalismo-Jornalismo, e não propaganda travestida de jornalismo”

Depois das eleições de 2014, iniciei uma reflexão, sobre o quanto despolitizado foi aquele pleito eleitoral. O discurso rebaixado de candidatos e partidos, contaminou o eleitor, que com a força das redes sociais, revelou sua face conservadora, preconceituosa e violenta. Concluí que vários fatores contribuem com esta total alienação politica e um deles é o desconhecimento da História.

Assim resolvi, criar uma página na rede Facebook, intitulada Ditadura Jamais e a partir dela oferecer elementos para debater não só o passado Histórico mas, as consequências dele no presente e no futuro. A pagina já completou dois meses. Aí inauguro com esta postagem via Blog do Janjão com link na Pagina do Face, uma série de entrevistas, com personagens que viveram ou que se debruçaram sobre aquele momento da História do Brasil.

Com a sugestão do meu amigo o Escritor André Ribeiro, tive a honra de entrevistar, via email, um dos maiores Jornalistas da atualidade. Enviei a ele o convite para a entrevista, e de forma generosa e muito atenciosa Mario Magalhães, carioca, apaixonado pela cidade maravilhosa aceitou conceder, esta extraordinária entrevista.

Autor da recente biografia do Guerrilheiro e militante de esquerda Carlos Marighella intitulada MARIGHELLA O GUERRILHEIRO QUE INCENDIOU O MUNDO, (http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=11862  ) , Mario largou mais de vinte anos de redação nos principais jornais do País, para se dedicar a relatar a vida do que ele mesmo define:  “Não encontrei personagem com vida mais trepidante do que Carlos Marighella”.

Mario Magalhães, recebeu vários prêmios por reportagens e livros, inclusive na temática dos Direitos Humanos. Clic aqui e leia sobre ele: http://www.portaldosjornalistas.com.br/perfil.aspx?id=11345 .
Na entrevista, ele aborda o papel do Jornalismo, fala de Direitos Humanos, de sua obra. Uma entrevista deliciosa, com um Jornalista que acredita que a profissão deva ser exercida com espirito critico.

Vamos a ela.


1.    Sua biografia demonstra seu interesse por temas ligados aos Direitos Humanos. Desde os tempos de redação no Jornalismo, como agora na literatura. Embora seu estilo seja da reportagem, você tem posição, a faz com uma visão critica da sociedade, dos fatos narrados. Como nasceu esta predileção por um tema tão espinhoso, como o de Direitos Humanos?

MM: Não se trata de predileção, mas de exigência jornalística e cidadã. Eu preferiria tratar somente de futebol. O jornalismo pode ser definido como o serviço público caracterizado pela coleta, processamento e difusão de informações.  Deve ser exercido com espírito crítico. Como existem violações dos direitos humanos, nada mais natural que o jornalismo aponte tais violações, coloque o dedo na ferida. Por isso, como jornalista, eu tanto escrevi e ainda escrevo sobre assuntos relacionados aos direitos humanos.

2.    Como conciliar o Jornalismo com História e as duas coisas com objetivos claros de fomentar o debate acerca de um assunto como no Livro sobre Carlos Marighella?

MM: O jornalismo e a história não precisam ser conciliados. O jornalismo constitui o registro imediato da história. O jornalismo pontua a história, e a história também pode ser compreendida como uma sucessão de registros jornalísticos. Meu propósito com a biografia jornalística do revolucionário Carlos Marighella (1911-1969) não foi fomentar debate. E sim contar uma história. Claro que essa história estimula debates, mas isso é consequência da história contada.

3.    Você se considera um Homem de Jornalismo ou a literatura, o tira desta condição?

MM: Sou jornalista e escritor. Nas fichas dos hotéis, a profissão que eu informo é a de jornalista. Mas não me ofendo quando sou apresentado como escritor. Escrevo não ficção. Como escrevo reportagens, sou repórter e jornalista. Aproprio-me dos recursos narrativos da literatura para tentar escrever com mais encanto obras cuja matéria-prima são personagens e coisas reais, e não inventadas ou imaginadas.

4.    Você acredita que o Jornalismo, possa contribuir com a construção da Cidadania, com uma visão de mundo mais humana e calcada na defesa de Direitos? Digo o Jornalismo Brasileiro e não o conceito da profissão.

MM: Sim. Mas jornalismo-jornalismo, e não propaganda travestida de jornalismo.

5.    Eu e você somos da mesma Geração. Nasci dois anos antes do Golpe, você no ano do Golpe. Fui ter noção de que vivíamos em um Estado Autoritário, já perto da Adolescência, quando iniciei minha militância. O mundo era muito obscuro, incerto. Quando você percebeu que éramos filhos da Revolução, como afirmava Renato Russo e como reagiu aquilo tudo?

MM: Só na adolescência eu tive consciência plena de viver sob uma ditadura. Lembro-me de, na infância, ver cartazes de “procurados”. Eram opositores cassados e caçados, sobretudo guerrilheiros. Não tinha ideia de que aqueles não eram os verdadeiros bandidos.

6.    Por que escolheu escrever sobre Marighella? O militante de esquerda foi colocado no ostracismo até pela própria esquerda, considerado pela direita como um terrorista. O que te fez biografá-lo, a ponto de muitos, inclusive da própria imprensa, estranharem esta sua escolha.

MM: Não encontrei personagem com vida mais trepidante do que Carlos Marighella. É legítimo odiá-lo ou amá-lo, mas impossível ficar indiferente à trajetória que ele teve. Marighella permite reconstituir quatro décadas frenéticas do Brasil e do mundo, dos anos 1930 aos 1960. E também perfilar dezenas de personagens espetaculares, amigos e inimigos dele, que merecem ter suas próprias biografias escritas e filmadas. Marighella teve uma vida de tirar o fôlego, e eu busquei escrever um livro igualmente de tirar o fôlego.

7.    Ricardo Setti, da Revista Veja, ao comentar sobre o livro, disse até de uma forma deselegante, que o biógrafo é muito bom, para um biografado menor e polêmico. Você concorda com isto?

MM: Não li, mas observo que o tal “biografado menor” foi capa da recém-nascida revista “Veja” em novembro de 1968 e novembro de 1969. Uma vez, vivo. Na outra, morto. Quantas pessoas mereceram tal destaque em período tão curto? A história da “Veja” fala por si sobre a envergadura histórica de quem era o guerrilheiro declarado pela ditadura como “inimigo público número 1” e um dos brasileiros de maior projeção internacional do século 20.

8.    Marighella protagonizou talvez uma das cisões mais importantes no PCB, naqueles tempos de Ditadura. Em sua opinião as divergências eram apenas de caminhos, quanto enfrentar o regime? Ou havia motivos outros, de maior profundidade, incluído aí alianças políticas?

MM: Não foi “uma das”, foi “a” cisão mais importante da história do PCB. Foi o racha que selou o destino do partido como agremiação, a partir dali sem maior influência no destino do país. Não faço juízo de valor sobre as opiniões de Marighella e da então direção do PCB. As divergências entre os ainda camaradas eram enormes e estão descritas na biografia “Marighella”.

9.    A luta armada era, para Carlos Marighella, a única forma de derrotar, primeiro a ditadura, depois a Burguesia Capitalista. Como você definiria esta concepção do comandante da ALN?

MM: A opinião de Marighella se fundamentava na derrota da esquerda no golpe de 1964. Ele considerava que os golpistas, que se impuseram pela força das armas, só poderiam ser derrotados também com o emprego de violência. Ele julgava que as formas de lutas pacíficas, quando rendiam frutos, acabavam sufocadas por golpes e viradas de mesa ilegais. Por isso apostou na guerrilha.

10.  Marighella pode ser considerado um Herói Nacional?

MM: Cada pessoa tem a sua opinião, não ambiciono influenciar ninguém. Para o ex-presidente Lula, Marighella é um herói. Para o deputado Jair Bolsonaro, um vilão. Na biografia que eu escrevi, em nenhum momento Marighella é tratado como herói ou vilão. Forneço, num livro marcado pela ação, elementos para que cada leitor possa formar sua opinião. Todas as opiniões são legítimas. Não produzi nem uma hagiografia, promovendo o protagonista, nem um panfleto contra ele. Esse é um dos motivos, acredito, de o livro receber elogios tanto de quem se identifica com Marighella quanto de quem rejeita suas ações e ideias.

11. Este Revival que acompanhamos nas eleições, onde jovens de 20 e poucos anos, discursavam em especial na rede de computadores, contra pobres, nordestinos, Gays, Negros e outros. Faziam abertamente apologia a Violência, inclusive pedindo a volta da Ditadura. Como Você avalia este recrudescimento do reacionarismo. É só Anti Petismo, Anti Esquerda ou a algo mais? Como combater este retrocesso?

MM: Não é de hoje que fascistas existem e urram. A diferença é que agora a tecnologia permite maior circulação de ideias. Mas os fascistoides não são muitos. São como certas torcidas de futebol: pouco numerosas, mas fazem muito barulho.

12. O Brasil não tem Memória Histórica? Qual o papel dos Biógrafos neste resgate?

MM: Tem e não tem. A memória é seletiva. Contam a história de alguns, escondem a de outros. O que mais incomodou almas obscuras com a biografia “Marighella” foi contar a trajetória de um homem que certa historiografia oficial pretendeu eliminar da memória do país. Os biógrafos, certamente, contribuem para que conheçamos muito mais a nossa história.

13. No ultimo dia 10 de Dezembro, a Comissão Nacional da Verdade, entregou a Presidenta Dilma Rousseff, o Relatório Final de seu trabalho. Na sua opinião, o relatório pode iniciar um processo de passar a História do País a limpo?

MM: O relatório da CNV pode e deve ser um instrumento para que conheçamos mais a nossa história e para que cresça o movimento contra a impunidade: agentes públicos que torturaram, assassinaram e ocultaram corpos durante a ditadura precisam ser julgados. Assim como até hoje veteranos do nazismo são presos e processados. Crimes contra a humanidade, como a tortura, não prescrevem. Quando não são punidos, servem como inspiração para renovados episódios de barbárie.

14. Mario, como você imagina o País daqui a cinquenta anos. Tendo a memória Histórica, como espelho de vida ou uma republiqueta das bananas como Elites sempre pensaram o Brasil. O que nós hoje podemos deixar de legado as novas gerações no próximo meio século?

MM: Muitas coisas: de prato de comida na mesa de todos os brasileiros ao conhecimento do nosso passado. É lugar-comum, mas clichês às vezes estão certos: quem conhece o passado tem mais chances de não repetir os erros e mais condições de reeditar os acertos.



domingo, 14 de dezembro de 2014

DE BOLSONAROS Á ANITAS

Parte da mídia, Tucanos e Agregados, tem tentado trabalhar a agressão fascista do Deputado Federal Jair Bolsonaro a também Deputada e ex Ministra da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, como um caso isolado e de bate boca normal entre parlamentares, normal segundo estes interlocutores na vida legislativa. A frase “Não te estupro porque não vale a pena”, esta entendida como grave sim, mas não para cassação de mandato do referido Deputado, apenas cabe uma puniçãozinha.

A tratativa destes setores de direita e reacionários é mais uma vez, esconder o debate principal. Não se trata de focar nas atitudes e comportamentos de Bolsonaro, como que ao cassa-lo, estaremos extirpando da face da terra o Machismo, a Homofobia e a violência contra os pobres. O Deputado é um grão de areia perto da complexidade da questão. Até porque não é só ele que despeja ódio ou tem compreensão distorcida e ideológica sobre estes temas e em especial a questão de gênero.

Dois fatos me chamaram a atenção, nestes últimos dias. A cantora Anita, do chamado Funk Carioca, em um debate sobre preconceito e discriminação as mulheres no programa Altas Horas da TV Globo, teve uma participação digna de um show de horror. Sua justificativa para estupros e violência a mulher, é porque esta ultima provoca o sexo oposto. Na mesma linha e no mesmo grau de irresponsabilidade, o Reitor da maior Universidade Pública da América Latina a USP, declarou que não investigará os casos de estupros, pois as meninas da Faculdade de medicina, vestem trajes provocativos.

Estas manifestações de artistas, autoridades, políticos, jornalistas e outros, não são novidade em nosso País. Porem hoje com as redes sociais e a internet, elas são transparentes e nos chegam em tempo real. Temos condições de ver desnudado o que pensam as elites deste País. Diariamente órgãos de imprensa, através de programas de cheira sangue, fazem apologia a violência, inclusive focando nos pobres. É raro uma reportagem que foca no crime organizado e suas ramificações, provadas já virem de elites endinheiradas e bem posicionadas na sociedade.

A questão de gênero não é debatida nas escolas. Ao contrario, a Bullyng contra as meninas, assédio sexual e muitas vezes a direção da escola ignora, ou toma atitudes deploráveis como a do Reitor da USP. O dogmatismo religioso, também corrobora com uma cultura de submissão, a mulher como produto de reprodução humana apenas. Ainda temos uma distancia enorme no mercado de trabalho entre homens e mulheres. Elas, as mulheres ganham menos, se submetem a trabalhos sem importância na carreira. Houveram avanços sim.

Porem mesmo com a Lei Maria da Penha, a cada 1 minuto uma mulher é violentada no Brasil. Só as que são vitimas de estupros, chegam á 50 mil a cada ano.

O gesto de Bolsonaro, acompanhado pela cantora Anita e desgraçadamente homologada pelo Reitor da USP, representam simbolicamente um pensamento que coloca a mulher na condição de objeto. E discrimina-la e até estupra-la não da nada não. E só dizer se vale a pena e que ela mereceu.

EM TEMPO: O título deste artigo foi chupado literalmente de uma fala de minha esposa Nadir, que acha Bolsonaro a personificação do Capitão do Mato.


domingo, 7 de dezembro de 2014

COSIP: DA ESCURIDÃO PARA A CLARIDADE

Alguns mitos e interpretações acerca da COSIP- Contribuição sobre a Iluminação Pública- proposta pelo Governo de Paulo Hadich, e que será votada nesta segunda, dia 08 de dezembro de 2014, são no mínimo equivocadas. Embora o Governo, vem discutindo o assunto a dois anos, com realização de audiências públicas, consultas á conselhos municipais, entidades da sociedade civil e Vereadores, os argumentos contrários, as vezes beiram o absurdo. Vamos a estes argumentos:
1.  
         Que trata-se de mais uma taxa, e que o povo já esta cansado de ser sobretaxado. Primeiro que é uma contribuição que é diferente de taxa, pois a ultima é imposta, a contribuição é votada pelos representantes da população, que são os Vereadores. Segundo, a administração pública, não tem lucros em suas atividades. Ela vive da arrecadação de impostos e contribuições, que devem ser revertidas para o serviço a população com qualidade e excelência. Não se oferece um serviço sem ter recursos para isto. Não consigo entender esta volúpia contra a COSIP, sem entender a função da mesma
2.    
   Que é possível, assumir o Pq. De Iluminação Pública, com recursos já existentes do Orçamento. Não é verdade, para que isto ocorra é preciso tirar de algum serviço ou seja agasalha-se um santo e deixa o outro desagasalhado. Além disto os críticos, a maioria deles se recusaram a participar dos fóruns de debate sobre o assunto, não indicam de onde e como o Governo tirará recursos para a manutenção do Parque. Discurso todo ele palanqueiro e partidário;
3.    
    Que o Governo tem pautado o debate com a Câmara baseado em pressões e chantagens de cortes de cargos e recursos. Bem antes de enviar o Projeto de Lei para casa de leis, a administração já tinha informado as dificuldades que teria com o orçamento para 2015 e que com certeza teria que fazer ajustes e reduções para não prejudicar serviços e ter capacidade de investimentos. A relação com os Parlamentares tem sido neste mandato, pautada de forma Republicana e com debate politico, respeitando a autonomia e independência dos Vereadores. Não há pressão e sim argumentação e conteúdo.
4.   
    O ultimo argumento agora, defendido por alguns, é de que não é hora da COSIP, em função da crise econômica. Tal argumentação talvez seja para amenizar a irresponsabilidade, de não aprovando a Contribuição, o Parque de Iluminação, pode gerar caos e ficar mais ainda sucateado ou ao tirar recurso de um serviço, o mesmo traga prejuízos á população. Uma hipotética crise econômica vem sendo anunciada desde 2008 para o Brasil. Porem ela não chegou com a força que os discursos anunciam. A COSIP, garante Justiça Fiscal e Social. Quem consome mais, paga mais. É justo. Até porque os mais pobres serão isentos ou pagarão no máximo sete reais.


Penso que não há como não aprovar a COSIP. O Projeto de Manutenção e Modernização do sistema, mudará o cenário de hoje, com uma iluminação escura e propicia a violência e ao crime para uma cidade com luzes.

domingo, 30 de novembro de 2014

SUCUPIRA, NÃO É AQUI

Um antigo radialista da cidade, que sempre foi próximo a todos os governos anteriores ao de Paulo Hadich (PSB), na Prefeitura, usa uma expressão constantemente para definir (Ideologicamente), a cidade. Limeira para este profissional é como uma Fazendona Iluminada. Sempre utiliza esta frase, para fechar um discurso pessimista, ou uma opinião negativa sobre o que acontece no município. Podemos encarar a expressão de duas formas. A primeira que o referido radialista, define a cidade como uma Casa Grande & Senzala, com sua fazenda iluminada. Porem a utiliza para criticar esta ideia. Segunda, reafirma e concorda com tal definição e vaticina, dizendo que não tem jeito é assim mesmo.

A Fazendona Iluminada, me fez lembrar da cidade fictícia do Dramaturgo e autor de novelas Dias Gomes. A cidade em algum lugar do interior do Brasil, era essencialmente agraria, conservadora e desafeta a tudo o que fosse moderno. Tinha um Prefeito (Odorico Paraguaçu), populista e corrupto, que o máximo que chegou do progresso, foi construir um cemitério. A trama se desenvolve, seja na peça de Teatro, seja na TV ou no cinema (O Bem Amado, como Marco Nanini no papel do Prefeito foi pras telonas em 2012), na obsessão de Odorico em inaugurar a obra, porem ninguém morre na cidade. E aí tramoias e esquemas são realizados para o feito acontecer. Sucupira, tinha uma elite que se beneficiava do poder e a maioria do povo, na miséria.

As vezes tenho a impressão, que alguns grupos políticos, econômicos, parte da imprensa, se apegam ao corporativismo de seus interesses, e encaram a cidade como se ela ainda fosse uma Sucupira. Pequena, afastada da civilização e ainda vivendo na Idade Média. A disseminação de posições atrasadas, consideradas por eles tradição, vão na contra mão, do desenvolvimento e evolução do município.

Somos mais de 300 mil habitantes, cuja as origens são as mais diversas. Dos Imigrantes Europeus, passando por Mineiros, Paranaenses e outros. As culturas destes povos e seu trabalho é que constroem esta cidade. O que é tradição para as Elites contempladas em alguns grupos, não reflete no conjunto da cidade. Estamos nos tornando um polo Universitário de ponta no Estado, e com isto a mistura de experiências e culturas, nos colocam desafios que contrariam a ausência de dialogo e participação, típico de uma Sucupira, ou Fazendona Iluminada.

Já ouvi e li de representantes destas elites, o discurso de que o governante é quem sabe o que o povo quer, mas contrariados em seus interesses, dizem que deveriam ser consultados (não o povo). A tradição de manter o corporativo, de não admitir que a Democracia, sem participação ou reduzida a poucos pessoas, não leva ao desenvolvimento e sim a Sucupira. Esta definitivamente não é aqui. 



terça-feira, 25 de novembro de 2014

CÓDIGO DE POSTURAS: QUALIDADE DE VIDA

As vezes uma propositura, ideia ou projeto, não tem o entendimento suficiente, por parte daqueles que o recebem ou o fazem a leitura. Talvez pela complexidade de seu conteúdo, necessite de exercícios mais constantes de leitura e de interpretação, bem como a ajuda a especialistas.  Um ex Vereador, dizia que quando ele não entendia o significado de uma Lei, ele corria para a Justificativa do objeto. Quando não compreendia nem a argumentação, procurava o autor.

Acho que é isso que esta acontecendo, com alguns críticos, parte deles dos meios de comunicação em relação, ao Projeto de Lei do Prefeito Pau7lo Hadich (PSB), que institui no município de Limeira, o Código de Posturas. Um conjunto de normas que regulamenta comportamentos dos munícipes, em relação ao bem estar dos cidadão que na cidade residem e trabalham. Normas que vão desde, garantir higiene em ruas, avenidas e outros, até o trato com resíduos sólidos, passando por uma padronização de calçadas, limites para sons e ruídos, bem como a regulamento de distribuição de folhetos e afins.

A proposta tem sido interpreta pelos críticos de forma simplória e errônea. Os contrários se atem a sutilezas como bitucas no chão ou bater tapetes de chão nas janelas de casa. Consideram que o governo deu vazão a miudezas e se esquece que questões macro. Penso que com todo respeito, os que criticam não leram o texto com maior profundidade ou não buscaram maiores informações. O objetivo da matéria é exatamente constituir uma cultura de respeito ao meio ambiente, do qual seres vivos convivem. Garantir a qualidade da vida é exatamente, preservar o meio que se vive.

O outro argumento é de que deve-se trabalhar a Educação e a Conscientização do Cidadão e não fazer Leis de proibição e punição. Vivemos em um Estado de Direito, regido por instrumentos Jurídicos, que regula a vida de um Estado País. As leis servem para organizar a Sociedade, para viver em comunidade. Para isto é preciso garantir dispositivos que de a ela sociedade, esta condição de qualidade de seu viver. O processo de Educação ele deve ser continuo e ter a legislação como material, para desenvolver esta conscientização. O contrario não precisaríamos da Constituição, viveríamos de acordo com instintos e anarquicamente?.

Outro aspecto das criticas é de que o texto não foi amplamente discutido e debatido com a população. Primeiro vale ressaltar, que o PL reuniu 22 leis que tratavam assuntos específicos de posturas, de certa forma em vigência. A reunião destas normas facilita a publicidade e o entendimento da matéria. Segundo muitas das regras contidas no código já são do conhecimento da comunidade. Por exemplo, todos sabem o dano para uma cidade permitir pichações ou  jogar lixo em bocas de lobo ou esgotos, mesmo em mananciais. Terceiro o texto foi debatido e aprovado no Conselho de Desenvolvimento social e econômico, cuja formação tem representantes de vários segmentos da sociedade civil organizada.

Vejo que reduzir o debate ao tapetinho ou a bituca de cigarros no chão, é concordar com a pratica de pequenos delitos que feitos com frequência viram hábitos, que realizados a exaustão e por muitas pessoas, trazem danos a qualidade da vida e perturbam a convivência.

O gestor público não pode ser reconhecido apenas por grandiosas obras, aqueles que se enxerga. Mas por pequenos atos, que consideram o bem estar da maioria.  


Penso que o Código de Posturas é exatamente este pequeno ato de um resultado necessário e grandioso.
                                                                                                                           

sábado, 22 de novembro de 2014

LIBERDADE DE MANIFESTAÇÃO

No Brasil a luta por Liberdades Democráticas remonta aos tempos de Brasil Colônia, passando pelo Brasil Império, Velha República, duas Ditaduras, a de Vargas e a dos Militares. Em todos estes períodos Históricos a repressão, a censura e o cerceamento do direito de se manifestar individualmente ou em coletivos, esteve presente. Era a Chibata, o fúsil, as Torturas, as Bombas de Gás Lacrimogêneo, instrumentos para coibir a liberdade de manifestação e organização.

A derrota na Câmara Federal do Decreto Presidencial que cria os Conselhos Populares, demonstra o quanto a direita conservadora não admite, que a população se organize e pressione governos, em prol de suas reivindicações e anseios. Parece que as autoridades, querem mesmo, o que a Policia de São Paulo faz com as Manifestações. Em 2013, o Movimento do Passe Livre foi violentamente reprimido pelas forças policiais, bem como Jornalistas presos e agredidos fisicamente.  

Além disto, a não aprovação do Decreto, visualiza que setores da Sociedade não estão afeitos ao dialogo com os Movimentos e com a Sociedade Civil organizada. Os eventos de Junho passado, mostraram que a Democracia Representativa, não pode abrir mão da participação popular. Ela precisa ouvir os gritos das ruas, a pauta dos Movimentos como a das Reformas politica, social e econômica, que tomou a Avenida Paulista na semana passada.

Em Limeira o Governo do Prefeito Paulo Hadich, esta indo na contra mão dos Deputados e de vários Governos Estaduais e Municipais. Movimento social aqui não é tratado com bala de borracha. Não há tratamento de descaso, ou de falta de dialogo. Pelo contrario, as portas da Prefeitura tem estado aberta constantemente para as lideranças e movimentos. A criação do OP, da mesa permanente de Negociação com os Servidores públicos, o prestigio aos Conselhos Municipais, as diversas audiências públicas e Conferências são exemplo disto.

Neste Governo nenhuma Manifestação foi reprimida ou sua reivindicação ignorada. Tivemos nestes quase dois anos, dezenas de movimentos. Posso citar alguns, independentes se concordamos ou não com os interesses discutidos: Duas Greves de Servidores, Movimento por um cursinho vestibular gerenciado por empresa privada, criação de Associação de donos de Chácaras de Recreio, Ato por vida Noturna na Cidade, Contra a instalação do Zoológico Municipal e até movimentos pedindo demissão de Secretários e manifestação de Condomínios de Luxo contra hipotético aumento de IPTU.

Todos foram recebidos pela administração, com respeito a organização legitima. Não seria legitimo se as manifestações não fossem Republicanas, que pedissem a volta da Ditadura Militar, Golpe e outras formas violentas, agressivas de se reivindicar.

O Governo Municipal apesar de alguns setores (poucos) da mídia dizerem o contrario, talvez porque não são muito chegados na Democracia, faz jus ao rótulo de Democrático e Popular.



quarta-feira, 25 de junho de 2014

A MORDIDA DE LUIZITO E A ASCENSÃO DOS DE BAIXO


Esta Copa do Mundo, desde que comecei a acompanhar este certame, é sem dúvida, a mais contagiante e surpreendente. Se o nível técnico, não aponta para um time fora de série, como foram Hungria em 54, Brasil em 70 e 82, Holanda em 74, foge do Futebol burocrático, brutamontes e chato de dar sono. Com raras exceções, os jogos tem sido vibrantes, energéticos, daqueles, que só da para sair de frente do televisor no Intervalo das partidas. Todas as seleções estão jogando para frente, atacando buscando o gol. 


Mesmo seleções tradicionais, por suas retrancas, como Alemanha e Itália, apresentaram até agora, um futebol ofensivo e cheio de gols. Não é a toa que a média de gol, tem sido três por partida. O futebol de resultados inventado nos anos 90, deu lugar para o jogo em busca da vitória. Com muita tática de marcação, mas com passes e lançamentos e chutes rumo ao gol e não toquinho pros lados e para trás.

Mas o surpreendente é a luta entre Davi e Golias, expressão utilizada pelo Jornalista Juca Kfouri. Os gigantes, estão caindo. Inglaterra, Espanha, Italianos, hoje só um milagre salva Portugal. E o mais hilário, a América Latina, é a protagonista, desta reviravolta na lógica e no normal de uma Copa do Mundo. E não me atento á Brasil e Argentina, pois dois Golias, que ainda não convenceram com um bom futebol.

To falando da Costa Rica, país pobre, exprimido por acordos econômicos predadores com os Estados Unidos. To falando do México, de Zapata e dos Zapatistas, que parou Neymar e CIA. Me refiro a Colômbia, amargurado pelo Narco Trafico e por uma Direita Neo Liberal e espoliadora. Mas meu destaque é o Uruguai, de Pepe Mujica e Eduardo Galeano, dois baluartes da Revolução Socialista.

Esta seleção parece que encarnou o espírito libertador latino América. Vi os Jogos, e me pareceu que o suor se transformava em sangue quente, sempre buscando as conquistas. Como se Simon Bolívar, Zumbi dos Palmares, Zapata e Dom Oscar Romero, tivessem renascido das cinzas e incorporado no Corpo de Luís Soares e seus companheiros. 

Um Uruguai soberano e nunca submisso. Um Uruguai que é capaz de resolver feridas históricas de seu povo e que no campo de jogo, se traduz em raça e garra. A dentada de Luizito, pode ter sido irregular e violenta. 
Mas os guerreiros também cometem excessos, erros, são humanos.

Mas o ato vampiresco não tira deste Uruguai, sua contribuição, a um Futebol, que expressa uma identidade Latina, movida por séculos de exploração de uma Elite Branca e violenta. Expressa um povo, que não se abata com agruras do poder. Se levanta, luta e conquista.

TORCEDOR DE BOUTIQUE OU DE ARQUIBANCADA?


A música ou grito de guerra, Eu sou Brasileiro, com muito orgulho e muito amor, entoado a exaustão durante esta Copa do Mundo é chato e nada tem a ver, com tradições futebolísticas. Ufanista , este hino, deveria ser usado, para decantar discursos nacionalistas e populistas, nunca para um campo de futebol. Trabalhei aqui já, de que não acredito nesta de que com a Seleção Brasileira em copas, á pátria esta de chuteiras. 

Esta canção, hino ou grito de guerra, foi apresentado por seu autor Nelson Biasoli, em concurso de enaltecimento ao nacionalismo. Concurso este organizado pelo Governo Federal em 1949. Algo típico daqueles tempos, de populismo Nacionalista. Isto nada tem a ver com Soberania e independência Nacional. Muito menos um jogo de bola, se decide o destino de uma nação, por mais que para nós Brasileiros, Futebol é cultura e tradição.

Futebol é entretenimento, é paixão e com a redemocratização do País, passou a ser elemento importante de inclusão a Cidadania. Musicas e gritos de guerra são comuns nos Estádios. Quem não esquece do Vamos Ganhá Porco, ou Somos um Bando de Loucos, Corinthians, Corinthians. Sem falar que o cardápio das torcidas é variado, sortido. Sobre sim uns palavrões, mas nada igualado a falta de respeito do TC dado a Presidente, na abertura da Copa.

Os gritos de guerra, traduzem uma orientação ao torcedor. Emocionar os jogadores em campo, ser o décimo segundo jogador. No Futebol e em quase todos os esportes, a Torcida não é mera espectadora, ela deve cumprir o papel de incentivadora de seu excrete. Ela participa, esta em uma arena, onde há uma luta no bom sentido. Esta uma tradição das velhas arenas romanas, onde se escolhia um gladiador a torcer.

Torcer, não é exprimir ódio ou fazer das arquibancadas palanques ideológicos ou eleitorais. Torcer é apoiar o time, com alegria e energia. O torcedor desta Copa, não é o do Futebol. Não tem o perfil, do torcedor que conhece cada canto do Estádio, que se familiarizou com ele. Como se o campo fosse a extensão de sua casa. 

O Padrão Fifa de Copa do Mundo, criou uma elite, mais preocupada em produzir Selfies do que com o jogo em si. A Copa do Mundo, com ingressos caríssimos, com a ausência de ambulantes, vendendo amendoim e Cerveja, afastou o Torcedor da Favela, da periferia. Afastou a emoção do campo e a alegria de torcer.

É preciso repensar o Futebol, combater o negócio a todo custo e restabelecer a magia não só no campo, mas nas arquibancadas.

A COPA DO MUNDO DO BRASIL


Copa do Mundo, para os Brasileiros, é como se a vida, resumi-se ao futebol. Como se tudo em volta, contas á pagar, trabalho, responsabilidades domésticas, escola e outros, não importassem durante um mês de bola rolando. É como se, todos os problemas da humanidade, se estancassem em nome do Deus da bola. Cada gol, é como um degrau rumo á felicidade. Se for de sua seleção, então é o ápice.

A cultura futebolística no Brasil, não escolhe com que material se faz uma bola. Pode ser de meia, de gude, de tampinha de garrafa, de capotão, de plástico. Mesmo com o advento da era da informática, o Futebol, não perdeu seu espaço. A pelada ainda é vista, em cada, campinho, de grama, chão ou areia, destes País. Novas e velhas gerações, se misturam, ao praticar o esporte bretão. Vale trave com dois chinelos ao chão, o importante é jogar.

A edição da Copa do Mundo, no Brasil, restabeleceu, esta paixão nacional. O grito do não vai ter copa e do TC das elites Brancas, fracassou. Doze dias de competição, o que se vê, é esta cultura do Oiapoque ao Chuí, contagiar a todos. O Nível técnico dos Jogos, tem sido espetaculares, embora não vimos ainda nada especial. Mas esta é Copa do ataque, do jogar para frente, da busca do gol, sempre. A retranca, o jogo burocrático, lento de dar sono, deu lugar, a velocidade, á emoção.

O futebol, é capaz de demonstrar as qualidades de um povo. Á despeito da péssima educação das Elites Coxinhas, a imensa maioria dos Brasileiros, pobres, negros, brancos, são solidários e receptivos. Os povos que aqui estão, não param de dizer que estão encantados com a forma como estão sendo recebidos, em cada canto de nosso território. Aqui a rivalidade é só futebolística. Não há racismo, xenofobia, baixo astral.

Mesmo as elites chinfrins e puxa saco dos Americanos, insistirem que o Brasil não é bom para se viver, não é isto que os estrangeiros aqui estão presenciando. A Copa apesar das lambanças da FIFA, não só acontece, como realmente mostra nossa cara.

A Copa do Mundo do Brasil, é nossa maior expressão de que um povo preserva sua cultura e sua identidade. O negocio Copa, deve ser rechaçado. Mas a beleza da bola rolando e a emoção do torcedor nas ruas, avenidas, estas não, devem ser celebradas sempre.

O ÓDIO DAS ELITES


Erra Lula quando diz que o xingamento a Presidente Dilma, na Abertura da Copa do Mundo, reflete o ódio das Elites Brancas ao Partido dos Trabalhadores. Erra (Intencionalmente?), setores destas mesmas elites, seja na imprensa, seja na Política, quando justificam o TNC Dilma, como parte da tradição Futebolística, depois que não colou, que o PT e a Presidente plantaram o que estão colhendo. 

Chamo de Elites, parte da Sociedade Brasileira, que detém e controla o poder econômico, mesmo não tendo o controle do governo. São estas elites, que dominam o sistema financeiro, industrial, comercial, que concentra a maior parte de terras do País e claro dona da maioria dos meios de comunicação. Como diria Marx, ter o poder, não significa, ganhar o governo. O Estado é mais amplo, compreende o poder econômico e militar.

Lula errou, pois há ódio sim, das elites, mas não é ao Partido dele. Afinal, porque teriam tanto rancor de um governo, que fez alianças com estes setores, dos quais os bancos, só para ficar em um exemplo, lucraram enormemente nestes doze anos de governo. O ódio, é aos pobres, as esquerdas, e a impossibilidade destas elites, não governarem para si mesmas neste século XXI.

Errados, estão também estas elites que depois do tiro no pé de xingarem a Presidente, responsabilizar o PT por isto. O equivoco, dos engravatados e coxinhas e agora o mundo conhece o que estas elites sempre foram violentas e ignorantes, esta em não reconhecer que apesar de lucrarem nestes anos, os pobres deixaram de ficar cada vez mais pobres. O equilíbrio ou a redistribuição (ainda pequena), aproxima e deixa acessível aos pobres, o direito de comer, vestir, comprar um carro. 

O ódio destas elites, é que elas não podem mais dizer que gostam de pobre, fazendo filantropia. Hoje os que viviam abaixo da linha da pobreza, já não são mais de 50 milhões como nos tempos de Tucanato. As madames, já não podem mais explorar suas empregadas. Tem que registrar em carteira e pagar no mínimo o salário mínimo. A Casa Grande esta ameaçada. A Senzala não esta contente com o Governo do PT, pois quer infra estrutura melhor, saúde melhor, educação melhor, mas sabe que a vida melhorou.

Já as elites, despejam ódio, pois os pobres podem frequentar e comprar nas lojas do Shopping. Podem os pobres, andar de avião, privilégio dos engomadinhos. Os pobres ainda compram no crediário, mas pagam direitinho, porque o emprego esta garantido. Ódio das elites Brancas, é porque negros, Gays, Mulheres, Crianças e Idosos da Periferia, vão as ruas reivindicar direitos e igualdade. Ao contrario das elites ressentidas, por perderem a força da Chibata.

Os pobres não precisam mostrar seu descontentamento com o Governo, se mascarando e quebrando tudo ou xingando as pessoas. A luta, a organização, são o forte do povo, não há ódio, há Amor pelo País.

A ARTE FEZ HISTÓRIA EM LIMEIRA

Foram um pouco mais de duas horas de espetáculo. Duas horas, em que as pessoas que estavam no Teatro não arredaram o pé, ficaram até o final. Senti uma emoção, que extrapolou ou posso compara-la a outros momentos impares em minha vida, como vencer as eleições para a Prefeitura em 2012.

O Espetáculo “ A Arte Vencendo o Medo”, realizado, sexta feira, dia 23 de Maio, no Teatro Vitória em Limeira, pretendia varias coisas. Refletir sobre os 50 anos do Golpe Militar no Brasil, suas consequências para a Democracia, a Liberdade e a Paz. Bem como o papel das Artes e da Cultura, na resistência a Ditadura, ao Terror e ao Horror. Foi mais que isto.

Uma garota ao me encontrar do lado de fora do Teatro, ela devia ter uns vinte e poucos anos, me disse assim “Obrigado, por me proporcionarem uma noite, onde aprendi a Amar ainda mais a Liberdade e o meu País”. Varias pessoas, nos dirigiram a palavra, contando Histórias daqueles tempos difíceis e cada quadro do Show, era um Flash Back, destas passagens pessoais. 

A emoção tomou conta do Teatro. O vídeo de oito minutos, abrindo a noite, mostrando cenas daqueles tempos de repressão, passando pelo Coral Thulany, que abrilhantou minha leitura da Crônica “ A Arte Vencendo o Medo”, com o Vocalize de Nos Bailes da Vida, com o público, batendo palmas foi hilariante. As apresentações musicais do Emanuel Massaro, com as poesias do Otacílio, bem como Raquel Pavanelli e sua Rosa Mistica: poxa me fizeram chorar.

Faço aqui um Agradecimento ao Emanuel pela generosidade em interpretar ao lado do Maestro Luciano, duas canções do mestre Taiguara, um dos homenageados da noite. Em função de uma Dengue, o cantor, filho de Taiguara, Lenine Guarani, não pode comparecer, ao Show.

E o final, hein? . Quem lá estava, pode assistir a montagem de “ A Longa Noite”, texto nosso. Julio Borgo, dirigiu nosso roteiro, fez varias pessoas chorarem ao conhecer ou relembrar dos tempos de Chumbo. Quando a CIA, Cênicos e Cínicos, chama o público para juntos dançarmos e festejarmos a Democracia ao Som de Dancing Days, tive outra certeza: Ditadura Nunca Mais, a Democracia é a porta da esperança da Liberdade e de dias melhores.

Quero agradecer a todos os artistas que participaram brilhantemente do espetáculo, aos técnicos e servidores do Teatro, a Minha mulher, filha e a companheira Angélica, que proporcionaram o lanche para todos lá nos camarins, ao Jornalista João Paulo Baxega, que fez a apresentação do Espetáculo. 

Em especial ás Entidades organizadoras, ACARTE, CAD, Mentes Brilhantes, aos Patrocinadores. Mas quero agradecer do fundo do coração, ao músico, compositor, escritor, amigo e vizinho Marcos Lima, que acreditou junto comigo, desde o inicio, que era possível através das Artes, resgatar a História, preservar a Memória e fazer Justiça, através da Verdade. 

E que venha uma segunda edição. Quem Sabe?