terça-feira, 30 de dezembro de 2014

ALEGRIA MUITA ALEGRIA EM 2015

O FILME O NOME DA ROSA, ADAPTADO DO BEST ELLER, HOMÔNIMO DE DO ITALIANO UMBERTO ECO, GIRA EM TORNO DA OBRA ALEGRIA DE ARISTÓTELES. O LIVRO PROIBIDO PELA IGREJA CATÓLICA, NOS TEMPOS DA INQUISIÇÃO, ERA GUARDADO A SETE CHAVES PELA ORDEM DOS BENEDITINOS, ONDE POUCOS TINHAM CONHECIMENTO DA OBRA. MUITOS MORRERAM PARA LER O QUE CONTINHA AQUELA PRECIOSIDADE.

QUEM NÃO QUER TER ALEGRIAS NA VIDA? ELA É SINÔNIMO DE FELICIDADE E AMOR. TIVE VARIAS ESTE ANO. A FORMAÇÃO ACADÊMICA DE MINHA FILHA, O CRESCIMENTO DO ALEGRE DO MEU NETO, O AMOR TRANSBORDANTE POR MINHA MULHER, O CARINHO DE ZILHÕES DE AMIGOS E A ALEGRIA DE POSSIBILIDADES PARA O PRÓXIMO ANO. QUEM SABE UM FINALMENTE LIVRO PUBLICADO.

A CANÇÃO DO CAETANO VELOSO, QUANDO FOI LANÇADA EM 1967, FEZ UMA REVOLUÇÃO NA MÚSICA BRASILEIRA, MUDOU CONCEITOS E COMPORTAMENTOS. A GUITARRA ELÉTRICA UTILIZADA PELA PRIMEIRA VEZ EM UM ARRANJO DE MPB, SACUDIU OS INCRÉDULOS, DEIXOU EUFÓRICOS OS QUE QUERIAM MUDANÇAS.

DESEJO PARA TODOS OS QUE COMIGO VIVERAM ESTE 2014, E QUE VIVERAM 2015 E OUTROS MAIS, QUE A ALEGRIA NÃO SEJA CENSURADA COMO NO NOME DA ROSA, NEM PROIBIDA COMO NA INQUISIÇÃO OU NA DITADURA MILITAR BRASILEIRA. DESEJO QUE A ALEGRIA CRIE ORGASMOS EM TODOS, PRODUZA TESÃO, FAÇA SALTAR A CRIATIVIDADE COLETIVA, E QUE SONHOS SE TRANSFORMEM O DIA A DIA. DESEJO QUE A ALEGRIA ROMPA PRECONCEITOS E QUE COM FÉ NOS DIFERENTES DEUSES, LUTAMOS POR UM MUNDO MELHOR.

ALEGRIA, ALEGRIA PORQUE NÃO?

                                                                 

domingo, 28 de dezembro de 2014

2014: O ANO DA INTOLERÂNCIA

A tolerância não é exatamente concordar com tudo e com todos. Ela é a expressão clássica do respeito ao diferente, as diferenças. Tolerar não é o ideal. O ideal é buscar sempre o consenso, aproveitar a diversidade que é sadia, e debater fraternalmente, com o objetivo claro de se chegar a um acordo. Porem tolerar é uma virtude, fundamental para uma convivência de Paz e de liberdade.

Porem, a de se dizer, que a situações que não cabe a tolerância. Direitos Humanos é sem dúvida a principal delas. Se há um tópico que não tem meio termo é os DH e suas variáveis, como a pluralidade racial, de classes, de gênero, de sexo, de religião e porque não Partidária. Não como aceitar a discriminação, o preconceito. Não tem como tolerar, o machismo, a homofobia, a Xenofobia, e outros. Rompe com uma sociedade Democrática e humana.

O ano de 2014, foi um celeiro para a intolerância. Se neste inicio de século XXI, fomos eleger o ano perdido, foi este, em especial no Brasil. A volta de plataformas conservadoras e de extrema direita, aponta para perigos iminentes a convivência entre os plurais e diferentes.

As redes sociais tem sido o palco preferido, para o Ressurgimento ou Afloramento da intolerância. São caminhões de xingamentos gratuitos vindos do nada e que encerram qualquer discussão ou argumentação, capaz de recolocar o assunto, em um nível tolerável de leitura e debate. É um Festival de agressões a Negros, Gays, Nordestinos, Mulheres (Estupra só se vale a pena), contra pobres e até contra as esquerdas.

Estes comportamentos, geram alucinações, do tipo a volta da Ditadura Militar, o extermínio de viciados em drogas, mulher foi feita para apanhar mesmo, nordestino tem que morrer, o comunismo será instalado no Brasil e por aí vai, a quantidade de bobagens e gravíssimos atentados ao Bom Senso e ao Estado de Direito.

Mas esta onda de reacionarismo, não nasceu do nada ou brotou de um povo segundo alguns ultra conservador. Foi ressuscitado por boa parte das mídias, que ao escolher inimigos e para defender os interesses de uma pequena elite, que não conseguem acreditar que sua empregada doméstica, também viaja de avião nas suas férias. Esta mesma elite que não aceita que o operário possa trocar de carro (zero), uma vez por ano. Não aceita estas mesmas elites que nestes doze anos de governo de esquerda, a concentração de renda diminuiu em muito.

Já citei aqui entre outros textos, o desserviço prestados a nação por Grupos como Globo, Editora Abril, Folha e Estado de São Paulo, ao gerar factoides, construir mentiras e falácias, publicadas, por militantes de direita, travestidos de Jornalistas. E se isto não bastasse, artistas frustrados ou com interesses marqueteiros, como Lobão e Luciano huck usam de sua condição de celebridades com visualização nas mídias, para rebaixar o discurso e fomentar o ódio e a guerra entre as pessoas.

2014 encerra com esta sensação de que algo ruim esta para acontecer. Foi assim que Marx ao escrever o Manifesto Comunista, fez a previsão da catástrofe do Capitalismo ao afirmar “ Um espectro Ronda a Humanidade”. Foi também com esta percepção que Bertold Brecht previu a Nazismo na Alemanha e Gramsci o Fascismo na Itália.

A intolerância só leva a Barbárie. Que 2015 enterre esta sensação e que a Tolerância volte a reinar.




sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

O ERRO DE DILMA E DOS CARDEIAS DO PT

A Presidenta Dilma Roussef, esta perdendo a oportunidade, de governar nos próximos anos, com uma aliança sólida, real e leal, com os movimentos sociais e a sociedade Brasileira. O anuncio do novo Ministério (ainda falta metade), tem frustrado lideranças e militantes dos movimentos populares, que acreditavam que a quase derrota para a Direita, fosse causar no interior do Governo e da direção do PT, um exame de consciência.

As eleições de 2014, se não dividiu o País numericamente, o dividiu literalmente no quesito ideológico. E foi a Direita quem deu o tom. O debate embora rebaixado, mas a dicotomia pobres representados por Dilma e Ricos, por Aécio, ficou nítida. Como ficou claro, a unidade das Esquerdas e dos Movimentos Sociais em torno da Presidenta e de toda a direita, inclusive a extrema, defendendo o Tucano.

Com a vitória de Dilma, a Direita, tratou logo que instalar o terceiro turno e com ele, iniciou-se os ataques. Primeiro o do Fora Dilma, e o caso da suposta e ridícula tese da fraude eleitoral. Depois e ainda o caso Petrobrás, que não prova a participação da chefe do executivo, nos esquemas. As manifestações pífias e desastrosas, chamadas por Lobão e os Tucanos recalcados, só não vingou, por que os movimentos sociais deram e continuam dando a resposta. O perigo de um golpe, ou da tática de ganhou mas não levou ainda é iminente.

O que se esperava e se espera do Governo, sinais. Sinais de que não governaria com acordos para acomodar setores e partidos que não querem mudanças, muito menos Reformas estruturais capazes de construir um País para todos e que combateriam a concentração de renda. Mas o que estamos presenciando até agora?. A mesma tática, dos doze anos de Governo Petista.

Em nome da governabilidade, cede-se as vontades, do Mercado e do Fisiologismo. Primeiro a trinca de ministros da área econômica, entre eles o Tucano e executivo de Banqueiros Joaquim Levy, que vai tratar a “crise”, ele já a anunciou, cortando direitos e investimentos sociais. Agora, uma ironia: Dilma anunciou “treze” novos Ministros, entre eles Kassab nas cidades, querendo dizer que o cara foi o melhor Prefeito de São Paulo, pois entregou a ele uma pasta estratégica, pois dialoga diretamente com os municípios, além de ser um dos maiores orçamentos da união.

Na Agricultura Katia Abreu legitima representante do Agro Negócio e do Latifúndio. Consagrou as oligarquias, com Helder Barbalho, um fundamentalista no Esporte, onde a pluralidade é a tônica, além de Cid Gomes, um dos piores Governadores no investimentos na Educação e na relação com os Professores. Aumentou o poder do chantagista PMDB, que durante as eleições fez papel de agente duplo o tempo todo.


Dilma não esta olhando, para as bases solidas. Perde a oportunidade de governar mesmo para todos, priorizando a imensa maioria de pobres e excluídos. Não se atentou a Mineira Gaúcha, que o sufoco eleitoral, foi consequências do abandono das esquerdas dos movimentos populares e sociais, os relegando a segundo plano. Erra a Presidenta, Erra os Cardeais do PT. 

sábado, 20 de dezembro de 2014

ENTREVISTA MARIO MAGALHÃES

“Jornalismo-Jornalismo, e não propaganda travestida de jornalismo”

Depois das eleições de 2014, iniciei uma reflexão, sobre o quanto despolitizado foi aquele pleito eleitoral. O discurso rebaixado de candidatos e partidos, contaminou o eleitor, que com a força das redes sociais, revelou sua face conservadora, preconceituosa e violenta. Concluí que vários fatores contribuem com esta total alienação politica e um deles é o desconhecimento da História.

Assim resolvi, criar uma página na rede Facebook, intitulada Ditadura Jamais e a partir dela oferecer elementos para debater não só o passado Histórico mas, as consequências dele no presente e no futuro. A pagina já completou dois meses. Aí inauguro com esta postagem via Blog do Janjão com link na Pagina do Face, uma série de entrevistas, com personagens que viveram ou que se debruçaram sobre aquele momento da História do Brasil.

Com a sugestão do meu amigo o Escritor André Ribeiro, tive a honra de entrevistar, via email, um dos maiores Jornalistas da atualidade. Enviei a ele o convite para a entrevista, e de forma generosa e muito atenciosa Mario Magalhães, carioca, apaixonado pela cidade maravilhosa aceitou conceder, esta extraordinária entrevista.

Autor da recente biografia do Guerrilheiro e militante de esquerda Carlos Marighella intitulada MARIGHELLA O GUERRILHEIRO QUE INCENDIOU O MUNDO, (http://www.companhiadasletras.com.br/detalhe.php?codigo=11862  ) , Mario largou mais de vinte anos de redação nos principais jornais do País, para se dedicar a relatar a vida do que ele mesmo define:  “Não encontrei personagem com vida mais trepidante do que Carlos Marighella”.

Mario Magalhães, recebeu vários prêmios por reportagens e livros, inclusive na temática dos Direitos Humanos. Clic aqui e leia sobre ele: http://www.portaldosjornalistas.com.br/perfil.aspx?id=11345 .
Na entrevista, ele aborda o papel do Jornalismo, fala de Direitos Humanos, de sua obra. Uma entrevista deliciosa, com um Jornalista que acredita que a profissão deva ser exercida com espirito critico.

Vamos a ela.


1.    Sua biografia demonstra seu interesse por temas ligados aos Direitos Humanos. Desde os tempos de redação no Jornalismo, como agora na literatura. Embora seu estilo seja da reportagem, você tem posição, a faz com uma visão critica da sociedade, dos fatos narrados. Como nasceu esta predileção por um tema tão espinhoso, como o de Direitos Humanos?

MM: Não se trata de predileção, mas de exigência jornalística e cidadã. Eu preferiria tratar somente de futebol. O jornalismo pode ser definido como o serviço público caracterizado pela coleta, processamento e difusão de informações.  Deve ser exercido com espírito crítico. Como existem violações dos direitos humanos, nada mais natural que o jornalismo aponte tais violações, coloque o dedo na ferida. Por isso, como jornalista, eu tanto escrevi e ainda escrevo sobre assuntos relacionados aos direitos humanos.

2.    Como conciliar o Jornalismo com História e as duas coisas com objetivos claros de fomentar o debate acerca de um assunto como no Livro sobre Carlos Marighella?

MM: O jornalismo e a história não precisam ser conciliados. O jornalismo constitui o registro imediato da história. O jornalismo pontua a história, e a história também pode ser compreendida como uma sucessão de registros jornalísticos. Meu propósito com a biografia jornalística do revolucionário Carlos Marighella (1911-1969) não foi fomentar debate. E sim contar uma história. Claro que essa história estimula debates, mas isso é consequência da história contada.

3.    Você se considera um Homem de Jornalismo ou a literatura, o tira desta condição?

MM: Sou jornalista e escritor. Nas fichas dos hotéis, a profissão que eu informo é a de jornalista. Mas não me ofendo quando sou apresentado como escritor. Escrevo não ficção. Como escrevo reportagens, sou repórter e jornalista. Aproprio-me dos recursos narrativos da literatura para tentar escrever com mais encanto obras cuja matéria-prima são personagens e coisas reais, e não inventadas ou imaginadas.

4.    Você acredita que o Jornalismo, possa contribuir com a construção da Cidadania, com uma visão de mundo mais humana e calcada na defesa de Direitos? Digo o Jornalismo Brasileiro e não o conceito da profissão.

MM: Sim. Mas jornalismo-jornalismo, e não propaganda travestida de jornalismo.

5.    Eu e você somos da mesma Geração. Nasci dois anos antes do Golpe, você no ano do Golpe. Fui ter noção de que vivíamos em um Estado Autoritário, já perto da Adolescência, quando iniciei minha militância. O mundo era muito obscuro, incerto. Quando você percebeu que éramos filhos da Revolução, como afirmava Renato Russo e como reagiu aquilo tudo?

MM: Só na adolescência eu tive consciência plena de viver sob uma ditadura. Lembro-me de, na infância, ver cartazes de “procurados”. Eram opositores cassados e caçados, sobretudo guerrilheiros. Não tinha ideia de que aqueles não eram os verdadeiros bandidos.

6.    Por que escolheu escrever sobre Marighella? O militante de esquerda foi colocado no ostracismo até pela própria esquerda, considerado pela direita como um terrorista. O que te fez biografá-lo, a ponto de muitos, inclusive da própria imprensa, estranharem esta sua escolha.

MM: Não encontrei personagem com vida mais trepidante do que Carlos Marighella. É legítimo odiá-lo ou amá-lo, mas impossível ficar indiferente à trajetória que ele teve. Marighella permite reconstituir quatro décadas frenéticas do Brasil e do mundo, dos anos 1930 aos 1960. E também perfilar dezenas de personagens espetaculares, amigos e inimigos dele, que merecem ter suas próprias biografias escritas e filmadas. Marighella teve uma vida de tirar o fôlego, e eu busquei escrever um livro igualmente de tirar o fôlego.

7.    Ricardo Setti, da Revista Veja, ao comentar sobre o livro, disse até de uma forma deselegante, que o biógrafo é muito bom, para um biografado menor e polêmico. Você concorda com isto?

MM: Não li, mas observo que o tal “biografado menor” foi capa da recém-nascida revista “Veja” em novembro de 1968 e novembro de 1969. Uma vez, vivo. Na outra, morto. Quantas pessoas mereceram tal destaque em período tão curto? A história da “Veja” fala por si sobre a envergadura histórica de quem era o guerrilheiro declarado pela ditadura como “inimigo público número 1” e um dos brasileiros de maior projeção internacional do século 20.

8.    Marighella protagonizou talvez uma das cisões mais importantes no PCB, naqueles tempos de Ditadura. Em sua opinião as divergências eram apenas de caminhos, quanto enfrentar o regime? Ou havia motivos outros, de maior profundidade, incluído aí alianças políticas?

MM: Não foi “uma das”, foi “a” cisão mais importante da história do PCB. Foi o racha que selou o destino do partido como agremiação, a partir dali sem maior influência no destino do país. Não faço juízo de valor sobre as opiniões de Marighella e da então direção do PCB. As divergências entre os ainda camaradas eram enormes e estão descritas na biografia “Marighella”.

9.    A luta armada era, para Carlos Marighella, a única forma de derrotar, primeiro a ditadura, depois a Burguesia Capitalista. Como você definiria esta concepção do comandante da ALN?

MM: A opinião de Marighella se fundamentava na derrota da esquerda no golpe de 1964. Ele considerava que os golpistas, que se impuseram pela força das armas, só poderiam ser derrotados também com o emprego de violência. Ele julgava que as formas de lutas pacíficas, quando rendiam frutos, acabavam sufocadas por golpes e viradas de mesa ilegais. Por isso apostou na guerrilha.

10.  Marighella pode ser considerado um Herói Nacional?

MM: Cada pessoa tem a sua opinião, não ambiciono influenciar ninguém. Para o ex-presidente Lula, Marighella é um herói. Para o deputado Jair Bolsonaro, um vilão. Na biografia que eu escrevi, em nenhum momento Marighella é tratado como herói ou vilão. Forneço, num livro marcado pela ação, elementos para que cada leitor possa formar sua opinião. Todas as opiniões são legítimas. Não produzi nem uma hagiografia, promovendo o protagonista, nem um panfleto contra ele. Esse é um dos motivos, acredito, de o livro receber elogios tanto de quem se identifica com Marighella quanto de quem rejeita suas ações e ideias.

11. Este Revival que acompanhamos nas eleições, onde jovens de 20 e poucos anos, discursavam em especial na rede de computadores, contra pobres, nordestinos, Gays, Negros e outros. Faziam abertamente apologia a Violência, inclusive pedindo a volta da Ditadura. Como Você avalia este recrudescimento do reacionarismo. É só Anti Petismo, Anti Esquerda ou a algo mais? Como combater este retrocesso?

MM: Não é de hoje que fascistas existem e urram. A diferença é que agora a tecnologia permite maior circulação de ideias. Mas os fascistoides não são muitos. São como certas torcidas de futebol: pouco numerosas, mas fazem muito barulho.

12. O Brasil não tem Memória Histórica? Qual o papel dos Biógrafos neste resgate?

MM: Tem e não tem. A memória é seletiva. Contam a história de alguns, escondem a de outros. O que mais incomodou almas obscuras com a biografia “Marighella” foi contar a trajetória de um homem que certa historiografia oficial pretendeu eliminar da memória do país. Os biógrafos, certamente, contribuem para que conheçamos muito mais a nossa história.

13. No ultimo dia 10 de Dezembro, a Comissão Nacional da Verdade, entregou a Presidenta Dilma Rousseff, o Relatório Final de seu trabalho. Na sua opinião, o relatório pode iniciar um processo de passar a História do País a limpo?

MM: O relatório da CNV pode e deve ser um instrumento para que conheçamos mais a nossa história e para que cresça o movimento contra a impunidade: agentes públicos que torturaram, assassinaram e ocultaram corpos durante a ditadura precisam ser julgados. Assim como até hoje veteranos do nazismo são presos e processados. Crimes contra a humanidade, como a tortura, não prescrevem. Quando não são punidos, servem como inspiração para renovados episódios de barbárie.

14. Mario, como você imagina o País daqui a cinquenta anos. Tendo a memória Histórica, como espelho de vida ou uma republiqueta das bananas como Elites sempre pensaram o Brasil. O que nós hoje podemos deixar de legado as novas gerações no próximo meio século?

MM: Muitas coisas: de prato de comida na mesa de todos os brasileiros ao conhecimento do nosso passado. É lugar-comum, mas clichês às vezes estão certos: quem conhece o passado tem mais chances de não repetir os erros e mais condições de reeditar os acertos.



domingo, 14 de dezembro de 2014

DE BOLSONAROS Á ANITAS

Parte da mídia, Tucanos e Agregados, tem tentado trabalhar a agressão fascista do Deputado Federal Jair Bolsonaro a também Deputada e ex Ministra da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, como um caso isolado e de bate boca normal entre parlamentares, normal segundo estes interlocutores na vida legislativa. A frase “Não te estupro porque não vale a pena”, esta entendida como grave sim, mas não para cassação de mandato do referido Deputado, apenas cabe uma puniçãozinha.

A tratativa destes setores de direita e reacionários é mais uma vez, esconder o debate principal. Não se trata de focar nas atitudes e comportamentos de Bolsonaro, como que ao cassa-lo, estaremos extirpando da face da terra o Machismo, a Homofobia e a violência contra os pobres. O Deputado é um grão de areia perto da complexidade da questão. Até porque não é só ele que despeja ódio ou tem compreensão distorcida e ideológica sobre estes temas e em especial a questão de gênero.

Dois fatos me chamaram a atenção, nestes últimos dias. A cantora Anita, do chamado Funk Carioca, em um debate sobre preconceito e discriminação as mulheres no programa Altas Horas da TV Globo, teve uma participação digna de um show de horror. Sua justificativa para estupros e violência a mulher, é porque esta ultima provoca o sexo oposto. Na mesma linha e no mesmo grau de irresponsabilidade, o Reitor da maior Universidade Pública da América Latina a USP, declarou que não investigará os casos de estupros, pois as meninas da Faculdade de medicina, vestem trajes provocativos.

Estas manifestações de artistas, autoridades, políticos, jornalistas e outros, não são novidade em nosso País. Porem hoje com as redes sociais e a internet, elas são transparentes e nos chegam em tempo real. Temos condições de ver desnudado o que pensam as elites deste País. Diariamente órgãos de imprensa, através de programas de cheira sangue, fazem apologia a violência, inclusive focando nos pobres. É raro uma reportagem que foca no crime organizado e suas ramificações, provadas já virem de elites endinheiradas e bem posicionadas na sociedade.

A questão de gênero não é debatida nas escolas. Ao contrario, a Bullyng contra as meninas, assédio sexual e muitas vezes a direção da escola ignora, ou toma atitudes deploráveis como a do Reitor da USP. O dogmatismo religioso, também corrobora com uma cultura de submissão, a mulher como produto de reprodução humana apenas. Ainda temos uma distancia enorme no mercado de trabalho entre homens e mulheres. Elas, as mulheres ganham menos, se submetem a trabalhos sem importância na carreira. Houveram avanços sim.

Porem mesmo com a Lei Maria da Penha, a cada 1 minuto uma mulher é violentada no Brasil. Só as que são vitimas de estupros, chegam á 50 mil a cada ano.

O gesto de Bolsonaro, acompanhado pela cantora Anita e desgraçadamente homologada pelo Reitor da USP, representam simbolicamente um pensamento que coloca a mulher na condição de objeto. E discrimina-la e até estupra-la não da nada não. E só dizer se vale a pena e que ela mereceu.

EM TEMPO: O título deste artigo foi chupado literalmente de uma fala de minha esposa Nadir, que acha Bolsonaro a personificação do Capitão do Mato.


domingo, 7 de dezembro de 2014

COSIP: DA ESCURIDÃO PARA A CLARIDADE

Alguns mitos e interpretações acerca da COSIP- Contribuição sobre a Iluminação Pública- proposta pelo Governo de Paulo Hadich, e que será votada nesta segunda, dia 08 de dezembro de 2014, são no mínimo equivocadas. Embora o Governo, vem discutindo o assunto a dois anos, com realização de audiências públicas, consultas á conselhos municipais, entidades da sociedade civil e Vereadores, os argumentos contrários, as vezes beiram o absurdo. Vamos a estes argumentos:
1.  
         Que trata-se de mais uma taxa, e que o povo já esta cansado de ser sobretaxado. Primeiro que é uma contribuição que é diferente de taxa, pois a ultima é imposta, a contribuição é votada pelos representantes da população, que são os Vereadores. Segundo, a administração pública, não tem lucros em suas atividades. Ela vive da arrecadação de impostos e contribuições, que devem ser revertidas para o serviço a população com qualidade e excelência. Não se oferece um serviço sem ter recursos para isto. Não consigo entender esta volúpia contra a COSIP, sem entender a função da mesma
2.    
   Que é possível, assumir o Pq. De Iluminação Pública, com recursos já existentes do Orçamento. Não é verdade, para que isto ocorra é preciso tirar de algum serviço ou seja agasalha-se um santo e deixa o outro desagasalhado. Além disto os críticos, a maioria deles se recusaram a participar dos fóruns de debate sobre o assunto, não indicam de onde e como o Governo tirará recursos para a manutenção do Parque. Discurso todo ele palanqueiro e partidário;
3.    
    Que o Governo tem pautado o debate com a Câmara baseado em pressões e chantagens de cortes de cargos e recursos. Bem antes de enviar o Projeto de Lei para casa de leis, a administração já tinha informado as dificuldades que teria com o orçamento para 2015 e que com certeza teria que fazer ajustes e reduções para não prejudicar serviços e ter capacidade de investimentos. A relação com os Parlamentares tem sido neste mandato, pautada de forma Republicana e com debate politico, respeitando a autonomia e independência dos Vereadores. Não há pressão e sim argumentação e conteúdo.
4.   
    O ultimo argumento agora, defendido por alguns, é de que não é hora da COSIP, em função da crise econômica. Tal argumentação talvez seja para amenizar a irresponsabilidade, de não aprovando a Contribuição, o Parque de Iluminação, pode gerar caos e ficar mais ainda sucateado ou ao tirar recurso de um serviço, o mesmo traga prejuízos á população. Uma hipotética crise econômica vem sendo anunciada desde 2008 para o Brasil. Porem ela não chegou com a força que os discursos anunciam. A COSIP, garante Justiça Fiscal e Social. Quem consome mais, paga mais. É justo. Até porque os mais pobres serão isentos ou pagarão no máximo sete reais.


Penso que não há como não aprovar a COSIP. O Projeto de Manutenção e Modernização do sistema, mudará o cenário de hoje, com uma iluminação escura e propicia a violência e ao crime para uma cidade com luzes.