Parte da mídia, Tucanos e
Agregados, tem tentado trabalhar a agressão fascista do Deputado Federal Jair
Bolsonaro a também Deputada e ex Ministra da Secretaria Nacional de Direitos
Humanos, como um caso isolado e de bate boca normal entre parlamentares, normal
segundo estes interlocutores na vida legislativa. A frase “Não te estupro
porque não vale a pena”, esta entendida como grave sim, mas não para cassação
de mandato do referido Deputado, apenas cabe uma puniçãozinha.
A tratativa destes setores
de direita e reacionários é mais uma vez, esconder o debate principal. Não se
trata de focar nas atitudes e comportamentos de Bolsonaro, como que ao
cassa-lo, estaremos extirpando da face da terra o Machismo, a Homofobia e a
violência contra os pobres. O Deputado é um grão de areia perto da complexidade
da questão. Até porque não é só ele que despeja ódio ou tem compreensão
distorcida e ideológica sobre estes temas e em especial a questão de gênero.
Dois fatos me chamaram a
atenção, nestes últimos dias. A cantora Anita, do chamado Funk Carioca, em um
debate sobre preconceito e discriminação as mulheres no programa Altas Horas da
TV Globo, teve uma participação digna de um show de horror. Sua justificativa
para estupros e violência a mulher, é porque esta ultima provoca o sexo oposto.
Na mesma linha e no mesmo grau de irresponsabilidade, o Reitor da maior
Universidade Pública da América Latina a USP, declarou que não investigará os
casos de estupros, pois as meninas da Faculdade de medicina, vestem trajes
provocativos.
Estas manifestações de
artistas, autoridades, políticos, jornalistas e outros, não são novidade em
nosso País. Porem hoje com as redes sociais e a internet, elas são
transparentes e nos chegam em tempo real. Temos condições de ver desnudado o
que pensam as elites deste País. Diariamente órgãos de imprensa, através de
programas de cheira sangue, fazem apologia a violência, inclusive focando nos
pobres. É raro uma reportagem que foca no crime organizado e suas ramificações,
provadas já virem de elites endinheiradas e bem posicionadas na sociedade.
A questão de gênero não é
debatida nas escolas. Ao contrario, a Bullyng contra as meninas, assédio sexual
e muitas vezes a direção da escola ignora, ou toma atitudes deploráveis como a
do Reitor da USP. O dogmatismo religioso, também corrobora com uma cultura de
submissão, a mulher como produto de reprodução humana apenas. Ainda temos uma
distancia enorme no mercado de trabalho entre homens e mulheres. Elas, as
mulheres ganham menos, se submetem a trabalhos sem importância na carreira.
Houveram avanços sim.
Porem mesmo com a Lei Maria
da Penha, a cada 1 minuto uma mulher é violentada no Brasil. Só as que são vitimas
de estupros, chegam á 50 mil a cada ano.
O gesto de Bolsonaro,
acompanhado pela cantora Anita e desgraçadamente homologada pelo Reitor da USP,
representam simbolicamente um pensamento que coloca a mulher na condição de
objeto. E discrimina-la e até estupra-la não da nada não. E só dizer se vale a
pena e que ela mereceu.
EM
TEMPO: O título deste artigo foi chupado literalmente de uma
fala de minha esposa Nadir, que acha Bolsonaro a personificação do Capitão do
Mato.
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