domingo, 27 de outubro de 2013

SEM CENSURA, LIBERDADE AS BIOGRAFIAS

Um povo sem História é um povo sem identidade. Os Americanos são expert em registrar seus feitos, mesmo que os mesmos exponham a arrogância típica de quem quer dominar o mundo. O cinema dos Usa, é recheado de filmes biográficos, nem sempre cor de rosa ao biografado, mas entra para o rol da História. Também o livro é um dos caminhos, para se interpretar a História, que é contada a partir do ponto de vista de mundo, de quem a escreve.

No Brasil, os escritos sobre a Escravidão Negra, aponta para benevolência do segundo império. Versão esta contestada por outras obras, que dizem ter sido a Princesa Isabel, forçada pelo Capital Inglês, a decretar a Abolição, visto a necessidade de exploração imperialista, que trabalhava com mão de obra livre, porem sucumbida a pobreza e a miséria proporcionada pelos baixos salários e péssimas condições de trabalho.

Só foi possível, conhecer o outro lado desta História, e concluir que a Princesa não era nem de longe uma Heroína um século depois, pois a censura dos regimes autoritários não permitia ver o outro lado da moeda. Podemos nos acercar da farsa heroica dos desbravadores Bandeirantes também, séculos depois, pois a Historiografia oficial insistia na canonização daqueles assassinos de Indígenas, Negros e Brancos pobres.

A censura sempre agiu como pilar proibitivo e de sufocamento da liberdade de expressão. Um País que cultua a Liberdade sem restrições tem a chance de escrever sua História garantindo a todos os sujeitos a participação dela. A Liberdade pressupõem, dar as pessoas a possibilidade de julgar o certo, o errado, a verdade, a mentira.

É certo que no caso de um criador, a ele deve se ter as garantias de proteção a sua obra. No entanto, no que diz respeito a História, ela não deve ser patrimônio privado, particular de quem quer que seja. A proteção ao autor de um texto, por exemplo, é a total livre expressão em pesquisar, escrever seus trabalhos.

A polêmica travada entre o grupo “Procure Saber”, formado por artistas da MPB, do quilate de Caetano Veloso, Gilberto Gil, Djavan e Chico Buarque, com escritores de Biografias não autorizadas, em função da lei numero 393/2011, de autoria do Deputado Federal Newton Lima, é o exemplo da tentativa do grupo de estrelas da música em cercear o direito á expressão.

O Projeto do Deputado Petista altera o artigo 20 do Código Civil que obriga que ao escrever uma Biografia, por exemplo, o autor tenha a autorização do Biografado ou de sua Família. A alteração é simples, tira esta obrigatoriedade. Tal emenda desagradou os integrantes do Procure Saber, que alegam que não há garantias de que suas vidas não serão devastadas ou suas famílias sofrerem constrangimentos.

Ora, um ídolo é figura pública, sua obra é patrimônio que deve ser de domínio público. Objetos de sua obra, como discos, livros, filmes, já existe uma proteção aos direitos autorais. Uma Biografia estes direitos são exclusivos do autor e não do Biografado. E mais a legislação que protege ataques pessoais e de imagem. Elas continuaram existindo, depois do PL ser aprovado.

Fomos privados, de conhecer interpretações da vida, de Roberto Carlos, Vinicius de Moraes, Garrincha e tantos outros, exatamente por uma interpretação que leva a pura censura. Não se pode tolher o público, de ter varias visões sobre as personalidades Históricas. Cabe a ele, o povo fazer sua critica, seu julgamento.

Sou pela Liberdade de Expressão e neste caso apoio a não autorização para Biografias.


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