sexta-feira, 24 de abril de 2015

A VOLTA DO VOTO DE CABRESTO OU O CORONELISMO

A História do Brasil, a partir de governos Republicanos, mesmo em períodos de Ditadura, a de Vargas e o Estado Novo e a dos militares, não se votava para Presidente ou Governos de Estado no caso da de 1964, mas o sufrágio universal fez parte do universo dos Brasileiros, durante um pouco mais de um século, até agora.

Mas na maioria dos períodos Históricos, o voto sempre foi uma mercadoria de luxo para as elites que governavam e que eram (e ainda o são), detentoras dos meios de produção. Na Republica velha, só votavam os Homens alfabetizados, onde a maioria da população por ser mulher e analfabeta não tinha direito de escolher seus representantes. Depois mesmo com o voto feminino na década de 1930 do século passado, o direito a votar ainda pertencia as elites letradas.

No Nordeste do País, no interior do Sul e de São Paulo, se descobriu nos anos 50, o fenômeno do Coronelismo. Consistia na verdade em um fazendeiro rico, único empregador, daquele local ou cidade, que em troca de emprego e comida, cabrestava seus empregados a votarem nele quando era candidato ou alguém do seu grupo. Isto perdurou durante anos. Em alguns rincões a pratica ainda persiste.

Com a redemocratização do Brasil em 1985, e a promulgação da Constituição de 1988, as regras ficaram mais transparentes, inclusive se abordando praticas comuns do dando que se recebe de forma descarada. Hoje ainda o voto é leiloado, por míseros denários, porem em menor escala.

No momento em que se aprofunda a necessidade de combater a corrupção, com uma Reforma Politica que institua o Financiamento Público, a Fidelidade Partidária, o fortalecimento das instituições Partidárias, o Senado Federal aprova um Projeto do Senador Tucano José Serra, que reinaugura o caciquismo e a força descarada do poder econômico, com o famigerado voto distrital ou de paróquia.

O Projeto aprovado pelos Senadores, agora precisa ser votado pelos Deputados na Câmara Federal. Na verdade ele consiste em dividir as cidades com mais de 200 mil eleitores em distritos, igualmente ao numero de cadeiras na Câmara de Vereadores local. No caso de Limeira, seriam 21 os distritos. Cada distrito elege um Vereador. Cada Partido pode se quiser registrar um candidato em cada feudo deste. É eleito o mais votado dentro do distrito.

De cara acaba com a fidelidade e proporcionalidade do Partido. Instituí o debate de varejo e descolado do restante da cidade. Ressuscita a figura do Coronel ou do cacique Partidário. Basta o poder econômico ou politico ou até religioso, para o sujeito se eleger.
Serra seu Partido o PSDB e seus aliados, reafirmam seu compromisso com a concentração de poder politico e a despolitização da população e famoso voto de Cabresto.

Em um momento onde o conservadorismo e posições reacionárias tomam as redes sociais, as mídias outras, bem como as ruas, a instituição do Voto Distrital, me faz lembrar de figuras lendárias de nossas telenovelas, do Prefeito Odorico Paguaçu de Bem Amado ou o Coronel Sinhosinho Malta. O primeiro fez como uma obsessão em seu mandato a inauguração de um cemitério, mas nunca o conseguia, porque ninguém morria na cidade. 
O outro construiu uma farsa a do Santo Roque Santeiro, para explorar politicamente e economicamente a cidade.

Me parece que se passar a aberração de Serra, teremos inúmeros candidatos á Odoricos e Sinhozinhos.


Um comentário:

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