terça-feira, 12 de março de 2013

O PERIGO DA INTOLERÂNCIA


Certa vez, o agora Vereador Wilson Cerqueira (PT), me disse uma frase a qual não esqueço e a utilizo, para discutir Direitos Humanos. A frase era assim “Quando se coloca no debate a questão dos Direitos Humanos, você ou é a favor ou é contra, não há meio termo”. Fiquei com o som da frase e refletindo sempre sobre ela. Não há como ser neutro em relação a este tema. Não dá para afirmar coisas do tipo, “eu respeito os Homossexuais, mas não aceito” ou “Que negrinho de alma branca” ou ainda justificar a violência urbana na falta de educação dos pobres. Ou a falsa afirmação de que quem fala de Direitos Humanos, defende direitos de bandidos.

Estudando a História da humanidade, a primeira vez que se fala abertamente de uma legislação e concepção sobre direitos da pessoa humana, acontece durante a Revolução Francesa, em 1789, com a declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. É a primeira vez que se garante e se discuti, direitos individuais e coletivos da pessoa humana, em um regime com democracia e republicano. Até então, tinha direitos apenas os senhores feudais, a nobreza, o clero, as castas que tinham posses e poder. A economia e a guerra é que definiam quem teria direitos e quem não teria. É a universalidade dos direitos.

Mesmo assim, ao longo do tempo, estes direitos foram ameaçados, por quem buscava ou almejar o poder, para concentrar renda. A segunda grande guerra mundial, vai estabelecer, um momento de reflexão principalmente com os chefes de estado. A ameaça Nazista e Fascista, de criar um mundo de poucos, excluindo “os diferentes”, da tal raça pura, fez a ONU (Organização das Nações Unidas), colocar na agenda não só a criação de uma nova declaração de defesa dos Direitos Humanos, como impingir as nações o comprometimento nas garantias individuais e universais das pessoas. A conquista de uma declaração e a adesão da maioria das nações, abre a prerrogativa de que a maioria do mundo defende os direitos da pessoa humana.

Porém o desrespeito é constante. As guerras, o instrumento da tortura, as condições de miserabilidade, a homofobia, o racismo, a xenofobia, o sensacionalismo incitando a violência, e principalmente a cultura do conflito, da guerra, do sangramento. Além disto, muitos governos, celebram em suas constituições os direitos fundamentais do ser humano, mas não traduzem em politicas públicas e ações, capazes de garanti-los. Muitas vezes a defesa dos DH ficam na retórica, no discurso vazio e na pratica eles são violentados constantemente. É dever do Estado cumprir com o que celebra.

A intolerância seja ela politica, religiosa ou outra, não cabe em um mundo que se renova a cada momento rumo a modernidade, onde a globalização corre como uma necessidade se dar por inteiro. Não é possível neste quadro, permitir absurdos de total violência com direitos sagrados a sobrevivência e convivência humana.

A eleição do Pastor Marco Feliciano, para a Presidência da comissão permanente de Direitos Humanos, consistiu em um erro, não por ser evangélico, mas por suas posições contrarias aos DH e sua postura até violenta contra o fundamental para o ser humano. Como dizia o Vereador Cerqueira, ou se a favor ou se é contra Direitos Humanos, não há meio do caminho.

O fundamentalismo se junta ao extremismo de tempos duros de ditaduras e regimes de extermínio. Conceber que em nome de Deus, o que se fala é passado como verdade absoluta, é uma afronta inclusive as entidades divinas e aos que com fé acreditam nelas.

Me junto a muitos Brasileiros que repudiam a eleição do referido Deputado. Conclamo á câmara dos Deputados que reveja esta posição, não é possível ter na condução de uma das principais comissões da casa, um confesso opositor aos Direitos da Pessoa Humana.

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