Filmes biográficos nunca
chamaram minha atenção. Até porque em sua maioria é uma ode ao biografado,
surge sempre como um puxa saquismo e se omite aspectos não positivos da vida do
“homenageado”. Principalmente se é um artista ou um político, as fragilidades e
erros, são amenizadas por uma pavãozisse que até irrita. Os americanos gostam
muito desta fantasia. É típico deles endeusar os personagens, alça-los a
condição de heróis, onde muitas vezes não o são ou mostrar erros, mas
justifica-los como perfeitamente aceito, por sermos humanos. Foi assim com um
dos piores filmes do gênero o JFK. Kenedy levou os Jovens Americanos, para uma
guerra estupida, a do Vietnam. Foi o Presidente Democrata, que quis invadir uma
Cuba, na chamara operação frustrada de a Baia dos Porcos.
Por outro as vezes, retratar
uma biografia, te faz tomar conhecimento de aspectos Históricos, do qual o
personagem e sua vida foram inseridas. É o caso do ótimo “Amadeus”, de 1984.
Wolfgang Amadeus Mozart, é mostrado em sua plenitude, um gênio, visionário e um
revolucionário de seu tempo, e da mesma forma um irresponsável em suas relações
pessoais. Quando se chega próximo da verdade na cinegrafia do biografado, nos
faz refletir melhor sobre a própria História. O cinema Brasileiro, nunca foi
muito de produzir Biografias, á não ser por documentários. Mas transformar uma
personalidade e sua vida, em uma ficção, só o fizemos com maior intensidade
neste século. Posso citar aqui: Vila Lobos, Cazuza, Madame Satã, Zuzu Angel e
outros.
É neste novo cenário do
cinema Brasileiro, que surge “Somos tão Jovens”, filme com a direção da lenda
do cinema alternativo Antônio Carlos Fontoura. A película foi produzida no novo
polo audiovisual do País, a cidade de Paulínia em São Paulo. A cidade resolveu
investir nesta indústria há alguns anos, promovendo o hoje um dos mais importantes
Festivais de Cinema do País. Além disto o estimulo e o incentivo da Prefeitura
para que agencias e estúdios, se instalem no município é o segredo do negócio.
Somos tão Jovens, narra a
História de Renato Russo, líder e integrante de uma das maiores bandas de Rock
In Rool do País, a Legião Urbana, de meados dos anos 70 até 1985, boom do
grupo, quando se apresentou no lendário Circo Voador no Rio de Janeiro. A
partir dali a Banda se consagrou e foi uma das maiores vendedoras de discos,
dos anos 80 e 90. O filme mostra uma Brasília com sua juventude classe média,
toda ela filha de funcionários públicos e federais e de generais. É neste
contexto, que nosso poeta, vai viver suas adolescência e juventude. É neste
momento de Ditadura e ao mesmo tempo de volta das manifestações populares, que
Renato como a se descobrir no cenário nacional.
Somos tão, carece de maiores
emoções, as vezes é rápido demais, por tenta ser cronológico e o pulo de uma fase
para outra, atrapalha nossa compreensão. Mas não chega a comprometer a
narrativa e o ritmo do filme. As angustias e dramas em que o inquieto e
rebelde, porem descobridor de um mundo onde os Jovens sejam o futuro agora,
Renato Russo, se encontra, contrasta com a realidade das torturas, da censura,
das perseguições e mortes.
A fita mostra Brasília, em
seu cenário, lago paranóa, os apartamentos funcionais, as avenidas largas e
planejadas. Mostra uma Juventude que acompanhava as mudanças no mundo através
da música, da literatura e das artes em geral. Renato Russo, cujo o segundo
nome (artístico), foi uma homenagem a dois escritores (e não Russo), um Galês Bertrand
Russel e um Francês, Jean-Jacques Rousseau, passeou por influências de Jim Morrison, do Punk
Rock, do Clube da esquina, até chegar a formula resgada do rock do Legião
Urbana.
O filme vale a pena não só pelo contexto Histórico,
mas pelas ascendência do Rock Brasiliense e sua relação com a Música Brasileira.
Eu recomendo, assistam.
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