segunda-feira, 6 de maio de 2013

BIOGRAFIAS FILMADAS


Filmes biográficos nunca chamaram minha atenção. Até porque em sua maioria é uma ode ao biografado, surge sempre como um puxa saquismo e se omite aspectos não positivos da vida do “homenageado”. Principalmente se é um artista ou um político, as fragilidades e erros, são amenizadas por uma pavãozisse que até irrita. Os americanos gostam muito desta fantasia. É típico deles endeusar os personagens, alça-los a condição de heróis, onde muitas vezes não o são ou mostrar erros, mas justifica-los como perfeitamente aceito, por sermos humanos. Foi assim com um dos piores filmes do gênero o JFK. Kenedy levou os Jovens Americanos, para uma guerra estupida, a do Vietnam. Foi o Presidente Democrata, que quis invadir uma Cuba, na chamara operação frustrada de a Baia dos Porcos.

Por outro as vezes, retratar uma biografia, te faz tomar conhecimento de aspectos Históricos, do qual o personagem e sua vida foram inseridas. É o caso do ótimo “Amadeus”, de 1984. Wolfgang Amadeus Mozart, é mostrado em sua plenitude, um gênio, visionário e um revolucionário de seu tempo, e da mesma forma um irresponsável em suas relações pessoais. Quando se chega próximo da verdade na cinegrafia do biografado, nos faz refletir melhor sobre a própria História. O cinema Brasileiro, nunca foi muito de produzir Biografias, á não ser por documentários. Mas transformar uma personalidade e sua vida, em uma ficção, só o fizemos com maior intensidade neste século. Posso citar aqui: Vila Lobos, Cazuza, Madame Satã, Zuzu Angel e outros.

É neste novo cenário do cinema Brasileiro, que surge “Somos tão Jovens”, filme com a direção da lenda do cinema alternativo Antônio Carlos Fontoura. A película foi produzida no novo polo audiovisual do País, a cidade de Paulínia em São Paulo. A cidade resolveu investir nesta indústria há alguns anos, promovendo o hoje um dos mais importantes Festivais de Cinema do País. Além disto o estimulo e o incentivo da Prefeitura para que agencias e estúdios, se instalem no município é o segredo do negócio.

Somos tão Jovens, narra a História de Renato Russo, líder e integrante de uma das maiores bandas de Rock In Rool do País, a Legião Urbana, de meados dos anos 70 até 1985, boom do grupo, quando se apresentou no lendário Circo Voador no Rio de Janeiro. A partir dali a Banda se consagrou e foi uma das maiores vendedoras de discos, dos anos 80 e 90. O filme mostra uma Brasília com sua juventude classe média, toda ela filha de funcionários públicos e federais e de generais. É neste contexto, que nosso poeta, vai viver suas adolescência e juventude. É neste momento de Ditadura e ao mesmo tempo de volta das manifestações populares, que Renato como a se descobrir no cenário nacional.

Somos tão, carece de maiores emoções, as vezes é rápido demais, por tenta ser cronológico e o pulo de uma fase para outra, atrapalha nossa compreensão. Mas não chega a comprometer a narrativa e o ritmo do filme. As angustias e dramas em que o inquieto e rebelde, porem descobridor de um mundo onde os Jovens sejam o futuro agora, Renato Russo, se encontra, contrasta com a realidade das torturas, da censura, das perseguições e mortes.

A fita mostra Brasília, em seu cenário, lago paranóa, os apartamentos funcionais, as avenidas largas e planejadas. Mostra uma Juventude que acompanhava as mudanças no mundo através da música, da literatura e das artes em geral. Renato Russo, cujo o segundo nome (artístico), foi uma homenagem a dois escritores (e não Russo), um Galês Bertrand Russel e um Francês, Jean-Jacques Rousseau, passeou por influências de Jim Morrison, do Punk Rock, do Clube da esquina, até chegar a formula resgada do rock do Legião Urbana.

O filme vale a pena não só pelo contexto Histórico, mas pelas ascendência do Rock Brasiliense e sua relação com a Música Brasileira. Eu recomendo, assistam.


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