domingo, 16 de junho de 2013

ORGANIZAR, PARTICIPAR E LUTAR É PRECISO


Vamos passear nos Estados Unidos do Brasil
Vamos passear escondidos
Vamos desfilar pela rua onde Mangueira passou
Vamos por debaixo das ruas
(Os clarins da banda militar…)
Debaixo das bombas, das bandeiras
Este é um trecho da canção, “Enquanto seu Lobo Não Vem”, de Caetano Veloso, do disco Manifesto, Panis Et Circenses de 1968, o que lançou o movimento do Tropicalismo. Em uma linguagem cifrada ou metafórica, Caetano descreve o que eram aqueles dias para a Juventude dos anos 60. As manifestações eram realizadas contra a ditadura, com alegria, amor, mas escondida e na maioria das vezes debaixo de bombas e botas dos generais. Tempos duros, em que os movimentos sociais e populares, eram constantemente reprimidos e considerados terroristas e marginais. A História provou o contrario, e consagrou na Constituição de 88, a liberdade de expressão e de manifestação.
Em 2015 completaremos 30 anos do fim da ditadura e do processo de Redemocratização no Brasil. De lá para cá, o povo se organiza e luta por condições melhores de vida, trabalho e dignidade. Inúmeros são os movimentos que ressurgiram e surgiram após os 21 anos de trevas e totalitarismos. Foram e são estes movimentos responsáveis pelos avanços em nossa sociedade. São deles, as conquistas, a própria Constituição, a regulação de direitos da mulher, da criança, do idoso. A luta constante por ética na política, por Reforma Agraria, Moradia e muitas outras.  
Há de se destacar mobilizações nacionais, importantes neste período. O Fora Collor, as denuncias de violência no campo, as lutas por moralidade na máquina pública, a campanha contra a fome e centenas de outras. Uma sociedade que baseia seu funcionamento em um Estado de Direitos, tem o dever de respeitar suas instituições e suas Manifestações. Apesar do fim da Ditadura, uma herança ideológica dos gorilas que comandaram o País, ficou impregnada em setores das Elites dominantes.
O tratamento dado, as manifestações de Protesto em varias Capitais e em especial na cidade de São Paulo, mostra que para muitos a Ditadura estava correta. A posição do Governo de São Paulo, através da PM, tratar os manifestantes com tamanha violência, e o uso de vários meios de comunicação exercendo o papel de criminalizar as pessoas, em seu legitimo direito de reivindicar e protestar contra o aumento da tarifa do Transporte Coletivo, é sem dúvida resquícios ditatoriais. Alias a policia dos Tucanos é conhecida por sua truculência sistemática não só aos movimentos sociais como aos pobres.
A concepção destas mesmas elites, trazem principalmente ao cidadão de classe média, uma ideia de que quem se manifesta (inclusive reagindo a violência policial e política), é baderneiro, vândalo, formador de quadrilha, bandido comparado inclusive com os maiores criminosos do sub mundo organizado. Em Limeira até 2012, os movimentos sociais eram tratados com descaso e com a ponta da borracha de um cassetete. Hoje fico admirado que algumas personalidades inclusive de Oposição, se portam como defensores ardorosos dos Movimentos Sociais. São os mesmos que condenavam e criminalizavam lideranças e Movimentos. Que utilizavam dos Meios de Comunicação, bem como de seus postos públicos, para agredir e ofender, a população que se organizava. É a tal politica da conveniência e da total ausência de coerência.
O discurso conservador e reacionário, nos leva a pensar, que o querem as elites, é que as coisas se resolvam, sem reação, como em um toque de mágica. Se um governo, não dialoga com o povo, não atende e não se sensibiliza com suas reivindicações, a organização e a luta é o caminho. Um texto nesta linha publicado na Carta Capital esta semana, dá o tom desta discussão. Clic aqui: http://migre.me/f2Lra .
Parece estranho um membro do Governo Municipal, vir a público e fazer esta defesa dos Movimentos Populares. É para quem não me conhece e não conhece o Governo Paulo Hadich (PSB). Nossa origem é dos Movimentos Sociais, nossas lutas por uma cidade mais Justa e com inversão de prioridades, se deu por intermédio da organização popular. Não seria coerente se neste momento levantássemos uma bandeira contraria.

Por isto parafraseando Lenin, Todo o Poder aos Movimentos Populares.

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