terça-feira, 18 de junho de 2013

UMA LEITURA DE CENÁRIO


A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce
A cidade não pára, a cidade só cresce
O de cima sobe e o de baixo desce
(A CIDADE- NAÇÃO ZUMBI)

O Movimento do Passe Livre, que vem organizando e liderando os Manifestos no Brasil inteiro, por um Transporte Coletivo de qualidade, não é nenhuma novidade, ou que suas ações acordaram o Brasileiro. O MPL, como se convenciona chamar, teve sua gênese, no inicio dos anos 90, capitaneado por estudantes secundaristas, ligados a entidades com a UBES, UEE e a UNE. Na época a reivindicação já era a catraca livre. Mas foi no Fórum Social Mundial de Porto Alegre em 2003, que o movimento se torna de âmbito Nacional e institucionalizado. Vai ser na Capital Gaúcha que os objetivos do MPL, vão ficar bem mais claros e objetivos.

Defende o Movimento, que o Transporte Coletivo, deixe de ser gerenciado pela iniciativa privada e passe a ser realmente público. Com esta concepção, entende, que não deve ser taxado e sim livre ou sem catraca, como foi a bandeira do Movimento em Salvador no ano de 2003, quando de uma paralisação parou a cidade por dez dias. O protesto era contra o aumento da tarifa de ônibus. Com o tempo, o MPL, foi aperfeiçoando suas propostas, bem como ampliando a participação, com a entrada de entidades dos movimentos sociais e populares.

A organização interna é o que chama a atenção. Não há uma estrutura hierárquica ou reduzida de decisão. Tudo é decidido em granes assembleias e plenárias, inclusive a responsabilidade de execução do que é decidido. Tem de tudo um pouco dentro do MPL, a coloração Partidária, embora majoritariamente de esquerda, não tem partidarização. É uma espécie de metodologia anarquista sem o ser.

Por isto, um dos argumentos mais falados, seja pela imprensa ou por setores de Partidários, que as manifestações são reação espontânea das massas, é errôneo. Até porque tanto em São Paulo como no Rio de Janeiro, o MPL, vem organizando as ações contra os aumentos da tarifa de ônibus, desde Janeiro. Outro argumento, equivocado, que a grande imprensa tem insistido, é que as ações são contra a corrupção, contra a copa, com tudo. Não são.

A pauta em varias cidades, é clara, contra a tarifa (aumento) e por condições melhores de transporte. É óbvio que as condições de vida, principalmente nas grandes cidades não são das melhores. Se o Brasil avançou em muitas questões, ainda temos problemas graves na Estrutura da Sociedade. Reformas importantes não foram feitas, que poderiam modificar a vida nas cidades.

O Transporte Coletivo, é um dos setores de maior fragilidade, em todo País. O crescimento desordenado e sem planejamento urbano, faz as cidades crescerem, criarem bolsões habitacionais, sem estrutura básica para seu viver. O Transporte entregue muitas vezes a empresas, cujo único objetivo, é o lucro, e com governos que não fiscalizam e não pensam o sistema, priorizando uma gestão de pessoas, como afirma o Prefeito Paulo Hadich, desemboca em uma situação de caos.

Não sei ainda, se estas manifestações, trarão mudanças estruturais significativas ou se o ganho será pontual. Penso que não se trata de uma Revolução ou de um Movimento para derrubar Governos, embora setores da direita de forma oportunista, tem tentado forjar ou ainda setores de esquerda, que falam em conspiração ou golpe da direita. Uma coisa é certa. 

Há um descontentamento sim aos governos, sejam eles do PT, do PSDB ou outros. Uma incredulidade na classe política, que não consegue, solucionar os grandes problemas das cidades.


Pensar a cidade é pensar a Qualidade de Vida.

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