quarta-feira, 17 de abril de 2013

A QUESTÃO DA MÍDIA


Desde que a imprensa foi criada por Johannes Gutemberg, em 1439, seu poder e sua amplitude é inalcançável. A importância da invenção da impressora, permitiu que surgissem as mídias derivadas da máquina. Com ela a criatividade do ser humano, foi tanta, que a comunicação e a propaganda, ganharam contornos de poder capaz de derrubar governos, eleger governantes e até disseminar guerras. O quarto poder como hoje se autodenomina a imprensa escrita, falada, televisionada e digitada, tem a capacidade de informar da forma que quiser, embora o discurso de imparcialidade é constante ou a busca incessante da verdade.

Joseph Goebbels, Ministro da propaganda da Alemanha Nazista, exercia sobre as mídias não só um controle de censura, muitas vezes violenta e de cooptação, como determinava a concepção a ser adotada, pelos meios de comunicação. Entendia o alto escalão e homem de confiança de Hitler, que quem controlava a informação, controla a nação. É dela uma frase Histórica, que alguns órgãos de comunicação no Brasil seguem a risca: “ Uma mentira repetida inúmeras vezes, se converte em uma verdade”. Atual esta frase, pode ser perfeitamente adequada, por exemplo na publicidade. Um comercial de TV, que faz da repetição do nome do produto aliado a uma situação cômica ou de ação, logo adentra na imaginação das pessoas como verdadeira. Outro exemplo é do Marketing Eleitoral. Alguns candidatos são estigmatizados pela propaganda negativa de adversários e isto os coloca em uma rejeição monstro. O reverso também é verdadeiro. Collor de Melo, venceu as eleições com o selo de caçador de marajás, dois anos depois o País descobriu que ele era o próprio marajá.

Uma noticia pode alçar aos céus ou derrubar ao inferno. Depende muito do editorial do veiculo. Ou seja do dono do meio, sua visão política e de mundo e principalmente aos interesses que o mesmo defende. Não há ingenuidade no Jornalismo, todos tem posição e lado. A conversa do imparcial é igual comentarista esportivo que diz que não torce para ninguém. No Brasil acostuma-se a confundir editorial com informação. Nem sempre o que deve ser informado com isenção no momento da reportagem, extrapola o limita opinativo. Ficou celebre a edição do Jornal Nacional a véspera do segundo turno das eleições de 1989, quando descaradamente a matéria do debate do dia anterior foi amplamente favorável ao candidato Collor de Melo.

Sempre defendi e continuo a defender que a imprensa seja livre, que a liberdade de expressão seja garantida. Não é a toa que festejamos quando a fascista e autoritária lei de imprensa foi extinta pelo supremo tribunal. No entanto não posso concordar com a monopolização da informação e da opinião. Defendo sempre a responsabilidade ao divulgar noticias e expressar opiniões, bem como a democratização das mídias. Em Limeira temos presenciado algo que não é diferente do restante do Brasil. Uma mídia que se utiliza da concepção editorial para informar, e muitas vezes sem investigar a fundo ou ouvir o outro ou variados lados.

Vou dar alguns exemplos. O primeiro deles, é a tese de que este Governo de Paulo Hadich (PSB) é responsável por solucionar todos os problemas herdados da corrupção em quatro meses, sem apurar o porque das coisas. Faz já de cara as conclusões sem dar o mesmo espaço para a administração. Segundo ponto, alguns truques de mídia, entre eles a Manchete. Vou citar dois deles: No dia 03 de Março, o Jornal de Limeira manchetou “Morte no Degan põe GCMS sob suspeita”. Na verdade o crime que vitimou um adolescente não aconteceu no bairro que a quinze dias tinha se iniciado um processo de pacificação social e muito menos provou-se mais tarde, que o fato nada tinha a ver com uma represália do trafico de drogas ou repressão da guarda. O segundo fato diz respeito a pacificação no bairro citado, só que dessa vez a manchete vem da Gazeta de Limeira de 23 de fevereiro: “Força Tarefa ocupa Odécio Degan”. A Manchete e toda a cobertura do diário, dava ênfase a operação policial e não o que realmente se tratava a ação social e de recuperação da cidadania.

Não vou aprofundar minha tese sobre a democratização das mídias, a quebra de grandes corporações que monopolizam a comunicação no País, pois o espaço é pouco. Mas não vejo outra forma, de diminuir o poder da informação e pluralizar o editorial. Só assim vamos caminhar para uma mídia que contribua para o desenvolvimento deste País.

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