Desde que a imprensa foi
criada por Johannes Gutemberg, em 1439, seu poder e sua amplitude é inalcançável.
A importância da invenção da impressora, permitiu que surgissem as mídias derivadas
da máquina. Com ela a criatividade do ser humano, foi tanta, que a comunicação
e a propaganda, ganharam contornos de poder capaz de derrubar governos, eleger
governantes e até disseminar guerras. O quarto poder como hoje se autodenomina
a imprensa escrita, falada, televisionada e digitada, tem a capacidade de
informar da forma que quiser, embora o discurso de imparcialidade é constante
ou a busca incessante da verdade.
Joseph Goebbels, Ministro da propaganda da Alemanha
Nazista, exercia sobre as mídias não só um controle de censura, muitas vezes
violenta e de cooptação, como determinava a concepção a ser adotada, pelos
meios de comunicação. Entendia o alto escalão e homem de confiança de Hitler,
que quem controlava a informação, controla a nação. É dela uma frase Histórica,
que alguns órgãos de comunicação no Brasil seguem a risca: “ Uma mentira
repetida inúmeras vezes, se converte em uma verdade”. Atual esta frase, pode
ser perfeitamente adequada, por exemplo na publicidade. Um comercial de TV, que
faz da repetição do nome do produto aliado a uma situação cômica ou de ação,
logo adentra na imaginação das pessoas como verdadeira. Outro exemplo é do
Marketing Eleitoral. Alguns candidatos são estigmatizados pela propaganda
negativa de adversários e isto os coloca em uma rejeição monstro. O reverso também
é verdadeiro. Collor de Melo, venceu as eleições com o selo de caçador de
marajás, dois anos depois o País descobriu que ele era o próprio marajá.
Uma noticia pode alçar aos céus ou derrubar ao
inferno. Depende muito do editorial do veiculo. Ou seja do dono do meio, sua visão
política e de mundo e principalmente aos interesses que o mesmo defende. Não há
ingenuidade no Jornalismo, todos tem posição e lado. A conversa do imparcial é
igual comentarista esportivo que diz que não torce para ninguém. No Brasil
acostuma-se a confundir editorial com informação. Nem sempre o que deve ser
informado com isenção no momento da reportagem, extrapola o limita opinativo.
Ficou celebre a edição do Jornal Nacional a véspera do segundo turno das
eleições de 1989, quando descaradamente a matéria do debate do dia anterior foi
amplamente favorável ao candidato Collor de Melo.
Sempre defendi e continuo a defender que a imprensa
seja livre, que a liberdade de expressão seja garantida. Não é a toa que
festejamos quando a fascista e autoritária lei de imprensa foi extinta pelo
supremo tribunal. No entanto não posso concordar com a monopolização da
informação e da opinião. Defendo sempre a responsabilidade ao divulgar noticias
e expressar opiniões, bem como a democratização das mídias. Em Limeira temos
presenciado algo que não é diferente do restante do Brasil. Uma mídia que se
utiliza da concepção editorial para informar, e muitas vezes sem investigar a
fundo ou ouvir o outro ou variados lados.
Vou dar alguns exemplos. O primeiro deles, é a tese
de que este Governo de Paulo Hadich (PSB) é responsável por solucionar todos os
problemas herdados da corrupção em quatro meses, sem apurar o porque das
coisas. Faz já de cara as conclusões sem dar o mesmo espaço para a
administração. Segundo ponto, alguns truques de mídia, entre eles a Manchete.
Vou citar dois deles: No dia 03 de Março, o Jornal de Limeira manchetou “Morte
no Degan põe GCMS sob suspeita”. Na verdade o crime que vitimou um adolescente não
aconteceu no bairro que a quinze dias tinha se iniciado um processo de
pacificação social e muito menos provou-se mais tarde, que o fato nada tinha a
ver com uma represália do trafico de drogas ou repressão da guarda. O segundo
fato diz respeito a pacificação no bairro citado, só que dessa vez a manchete
vem da Gazeta de Limeira de 23 de fevereiro: “Força Tarefa ocupa Odécio Degan”.
A Manchete e toda a cobertura do diário, dava ênfase a operação policial e não o
que realmente se tratava a ação social e de recuperação da cidadania.
Não vou aprofundar minha tese sobre a democratização
das mídias, a quebra de grandes corporações que monopolizam a comunicação no
País, pois o espaço é pouco. Mas não vejo outra forma, de diminuir o poder da
informação e pluralizar o editorial. Só assim vamos caminhar para uma mídia que
contribua para o desenvolvimento deste País.
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