A Historia da Democracia no
Brasil, é repleta de altos e baixos. Com a proclamação da República, o País
viveu atentados constantes ao processo de liberdades. A Velha Republica, era na
verdade um governo militar, com tinturas liberais de empreguismo econômico, e a
força da chibata. Os governos dos 10 e 20, embora civis, seguiam a mesma toada
de tratar a questão social, na base da policia. A Ditadura Vargas, inaugura uma
forma de totalitarismo combinado com o Populismo.
É a era do Pai dos pobres e a
mãe dos Ricos. Os anos do pós guerra, vivemos até 1964, governos civis, mas
constantemente ameaçado pelo fantasma de golpes e trapaças de guarnições
militares com apoio de empresários próximos aos Estados Unidos. Esta base de
aliança, mais a ala conservadora da Igreja Católica é que vai fazer e apoiar o
Golpe Militar que durou 21 anos.
Vivemos neste momento, o
período mais longo de Democracia. Longevidade também na tranquilidade da
transição da ditadura, para um regime de liberdade. Em todos os regimes da
ainda precoce Republica Brasileira, o sistema de poder, é o da Democracia
Representativa. Os três poderes, funcionam desta forma. Com exceção do Judiciário,
cuja a formação ocorre por nomeações do chefe do executivo, os outros dois o
povo conduz seus representantes pela eleição direta. A representação da
população, se da também em quase todas as esferas da sociedade, desde Sindicatos,
passando por associações de moradores, terminando até em condomínios
residenciais.
A tradição da representação,
delega ao eleito (ou nomeado), todo o poder de decisão. A ele (ou ela), compete
falar e agir em nome de seus eleitores ou base de representação. Ao eleitor, na
pratica, a ele só é reservado o direito do sufrágio universal, de eleição é
eleição. A constituição de 1988, consagrou o principio da Democracia
Participativa, com mecanismos, como plebiscitos, referendos, conselhos
municipais de direitos, Estatutos, organização de sindical do servidor público e
outros. Porem o poder continuou nas mãos da representação. Pouco se estimulou,
principalmente nos anos 90, o modelo participativo.
Hoje estamos diante de um
debate, riquíssimo e importante. A Democracia Representativa mostra sinais de
esgotamento?. Tenho a plena certeza que sim. Os sintomas são o representante se
afastar dos representados. Fazer de seu mandato, o que lhe convém ou a grupos
de seu interesse. A existência de Partidos de aluguel e fachada, para abrigar
políticos, que farão de seus mandatos ilhas de autoritarismo e fisiologia
politica. Delegar a uma única pessoa ou um único grupo, a tarefa de definir
nosso futuro, apresenta distorções enormes que levaram a grave erros, entre
eles a corrupção. O isolamento do poder e o não compartilhamento dele com a
população, leva a tese da veracidade dos atos do mandatário.
Já há alguns anos, os
movimentos sociais e políticos, tem refletido sobre esta problemática.
Repensado a pratica de uma representação que cultuou (e cultua), vícios
prejudiciais a própria Democracia, entre eles o já citado afastamento do povo e
arrogância umas experiências, em particular na administração pública, tem sido
desenvolvida. Destaco o Orçamento Participativo, as Ouvidorias publicas que
atentam para a transparência e ao mesmo tempo a participação e o investimento
nos Conselhos, como forma de controle social.
A cassação do ex Prefeito de
Limeira, foi um exemplo da Democracia Participativa, pois a população,
organizada e pacifica, contribuiu decisivamente para o desfecho daquela
questão. Não se omitiu, cobrou de seus representantes que cumprissem o seu
dever constitucional.
É preciso agora com o
Governo Democrático e Popular, intensificar este debate. Em breve mais sobre o
assunto.
Creio que um dos princípios básicos da democracia participativa era que os partidos usassem os políticos para realizar seus programas administrativos. Infelizmente o que vemos hoje são políticos usando partidos para realizarem suas pretensões pessoais e de grupos aos quais pertencem. Assim, de fato, chegamos a um sistema partidário podre, viciado e dotado de poderes muito fortes, o que torna difícil qualquer ato de mudança. Assim, esse assunto tem que servir mais às nossas conversas do dia-a-dia. Temos que mudar essa situação. E exemplos como o que estamos experimentando a partir deste ano, devem ser incentivados. Pensemos em programas de longo prazo e não em soluções pessoais de curto prazo.
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